quarta-feira, abril 28, 2010

De novo, o novo acordo ortográfico

Como sabem, o novo acordo ortográfico já entrou oficialmente em vigor mas, até 2012, decorre um período de transição, durante o qual ainda se pode utilizar a grafia actual. No entanto, e porque um número crescente de pessoas está em des(acordo) com as alterações introduzidas, é bom que tenhamos consciência que continua a ser possível forçar a revisão da decisão política anteriormente assumida.


E isto de não estar de acordo com este acordo, não é, como querem fazer crer, por pura resistência à mudança. Trata-se tão-somente do repúdio de muitas pessoas pelas regras e princípios que foram aceites, que não fazem qualquer sentido e que foram acertados por uns quantos linguistas brasileiros e portugueses.


Já há dois anos um grupo de cidadãos e personalidades públicas (encabeçadas pelo antigo eurodeputado Vasco Graça Moura) levou ao Parlamento uma petição com 32 mil assinaturas. Apesar do esforço, os deputados acabaram por dar luz verde ao novo acordo. Agora, foi lançado um novo movimento, porventura ainda mais pujante, liderado pela professora de português Maria do Carmo Vieira e pelo tradutor João Pedro Graça que pretende reunir 35 mil portugueses em torno da causa, uma iniciativa que, na prática, e uma vez que chegue ao Parlamento, tem a força de projecto-lei que, caso conte com o apoio da maioria dos deputados pode revogar o acordo ortográfico e fazer voltar à velha ortografia.


Em entrevista, Maria do Carmo Vieira referia “Como Fernando Pessoa diz, através de Bernardo Soares, “a minha pátria é a língua portuguesa”, por isso a minha pátria é o território, tem as suas raízes, tem o tempo, tem os falantes e o Brasil também terá os seus, fez as suas variantes em relação ao português e abençoada a língua que assim é … não podem é, porque nós somos em maior número, como disseram os brasileiros, impor uma série de alterações. Houve até linguistas, os mais radicais brasileiros, que propuseram que em vez de se chamar língua portuguesa se chamasse língua brasileira. Ora isto, historicamente, é um branqueamento inaudito da cultura”.



Porque sou português e amante da minha língua, faço questão de reiterar veementemente a posição que já aqui expressei em crónicas anteriores sobre este assunto. Isto é, por não vislumbrar justificações aceitáveis para uma mudança tão significativa da nossa forma de escrever, continuo a não concordar com o novo acordo ortográfico.

2 comentários:

Anónimo disse...

Já que citam Fernando Pessoa na defesa da revogação do acordo, deviam ir mais longe e lutar para que se volte à grafia que se utilizava no tempo de Fernando Pessoa.

Vexata disse...

Oi cára, di fato não sei de qui tá falando! Pákê essas bobagens di polémicas, no Brazil não vai dar não.

Ai, nu portugal, à muita gente de fato qui não sei qui fala, prágenti é mesmo estangero.