Oi!
Tal como prometi, estou de volta depois de umas pequenas férias.
Tal como prometi, estou de volta depois de umas pequenas férias.
Como os meus amigos (inteligentes e perspicazes como sempre) já perceberam pelo título desta crónica e, também, pelo Oi! com que vos saudei, estive no Brasil, mais propriamente no Rio de Janeiro.
Desta vez num Rio de Janeiro diferente daquele que a maioria das pessoas, e eu próprio, normalmente imagina quando se pensa na Cidade Maravilhosa. De facto, quando se fala do Rio de Janeiro, pensa-se em sol, em calor e em mar. Pois o Rio que eu visitei agora não teve nada disso. Ao contrário, teve muita chuva, muita trovoada e um pouquinho de frio, sobretudo à noite.
Como me disse um motorista de táxi, “o Rio de Janeiro com chuva mais parece um cemitério”.
Bom, mas exageros à parte e mesmo tendo em conta as condições adversas do tempo, a verdade é que o Rio de Janeiro continua lindo. E se é certo que não houve um único dia em que o Cristo Redentor se mostrasse perfeitamente descoberto de nuvens, a ponto de nos deixar admirar as magníficas vistas que se costumam observar do alto do seu Corcovado, ainda assim, vale sempre a pena visitar o Rio. Oh, se vale …
É que a cidade maravilhosa não tem este título por acaso. É um lugar de rara beleza, de muitos rostos e muitos ritmos. O Rio de Janeiro é quase um estilo de vida, de gente alegre e de atractivos naturais e culturais. É a terra do futebol mas também da música. Da música de Tom Jobim, de Vinicius, de Caetano, de Betânia, de João Gilberto e de tantos outros. Da música que está presente no andar insinuante das mulheres e que está patente na forma e no jeitinho de falar dos seus habitantes.
“Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil …”, os versos iniciais da conhecidíssima canção de André Filho, convidam a conhecer o Pão de Açúcar, o Corcovado, a Baía da Guanabara, o Maracanã, a Floresta da Tijuca, a Catedral, os Arcos de Santa Teresa e, naturalmente, todas as praias, cujos os nomes nos fazem sonhar com o doce sabor das ondas e das brisas, Copacabana, Ipanema e o Leblon. É, de facto obrigatório conhecer e admirar, sempre, estes lugares, com bom ou mau tempo.
Mas, tanta e tanta beleza não impede, porém, de constatar que o Rio é, também, uma cidade de profundas assimetrias, de tremenda exclusão social e de favelas de onde emana uma violência assustadora e incontrolável.
Pois apesar desses contrastes, das más condições de vida da maioria da população e da violência, sente-se que esta é a capital da beleza e da sensualidade. É o lugar onde encontramos um povo que nos contagia com a sua simpatia e que nos deixa a sensação, quando partimos, de termos já saudades e de quererermos voltar. E, ao partir, essa melancolia faz-nos trautear canções como “Menino do Rio” ou “Garota de Ipanema”.
“Gosto de quem gosta deste céu, desse mar, dessa gente feliz…” como dizia a canção...
Mesmo com muita chuva e sem sol, o Rio de Janeiro continua lindo.
2 comentários:
Bem vindo.
Até parece mentira que veio do Rio para Lisboa para ver o sol!!!! Dá para perceber é que passou o tempo a trautear (para afastar as nuvens? ou para as provocar????)
... "Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudade
Rio, teu mar, praias sem fim
Rio, você foi feito pra mim" ...
Tom Jobim
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