segunda-feira, setembro 18, 2006

Sardinhadas


Não que fosse absolutamente necessário, mas as férias, o calor e o mar aguçaram-me o apetite para comer umas quantas sardinhadas.

A sardinha é particularmente saborosa nesta época do ano e, ao contrário do que diz o adágio popular que “a mulher quer-se pequenina como a sardinha”, devo dizer que eu aprecio mais as de tamanho médio/grande, de belos lombos (estou, obviamente, a referir-me às sardinhas, que é o tema de que estamos a falar hoje).

A sardinha para além de fazer bem (ao que dizem) ao colesterol, continua a ser um óptimo petisco, de preferência regada por um bom azeite, acompanhada por um bom tinto ou, quando muito, por uma sangria, e comida em lugar aprazível.

Mas comer sardinhas pode, por vezes, provocar-nos algumas arrelias, para além daquelas, claro está, que têm a ver com as espinhas que engolimos por descuido. Se calhar, mais do que provocar arrelia, mais ainda do que provocar incompreensão, o que provoca mesmo é a revolta de todos nós, por sabermos que o preço da sardinha desde que é capturada até chegar ao consumidor, aumenta nada menos que 7 vezes. SETE VEZES MAIS. É obra!

Mesmo tratando-se de um peixe dito barato (pelo menos mais barato que a maioria), porque é abundante, mesmo assim, ela poderia ser vendida a um preço muito mais em conta. É bom lembrar que cada português consome em média 56,5 quilos de peixe por ano, o que faz do nosso país o maior consumidor de pescado da União Europeia e o terceiro a nível mundial, logo atrás da Islândia e do Japão. E não me parece que os tais 56,5 quilos de peixe consumidos por cada português diga respeito maioritariamente ao consumo da garoupa, do pargo legítimo ou do linguado. Estão a ver onde quero chegar?

O preço de venda da sardinha poderia ser muito mais baixo e, portanto, mais justo. Todos os consumidores agradeceriam.

3 comentários:

zeboma disse...

Concerteza que era importante que a sardinha fosse mais importante para o consumidor final...
Mas e do lado do pescador? Ele vende a sardinha a 1/7 (!!!) do preço que nós compramos...
E sabe-se das dificuldades que o sector da pesca atravessa no nosso país... por causa da UE e não só...
Não estarão, no meio de toda esta estória, os intermediários entre quem pesca e quem vende ao consumidor final a ganhar de mais?

Anónimo disse...

Tens toda a razão zeboma, o desgraçado do pescador devia ganhar um salário justo, estou de acordo contigo. Mas neste momento, confesso que não estava a pensar nisso. Estava a imaginar todo entretidinho se o demascarenhas estaria desta vez a escrever um texto sobre a outra parte do provérbio que ele refere, quando fala dos belos lombos, estás a perceber? É que ele já falou nos lombos das sardinhas...

Anónimo disse...

E por falar em lombos, que tal fazer uma exposição destas mas relativa por exemplo a um belo bifinho do lombo....é que não gosto de sardinhas!!!!!