quarta-feira, julho 02, 2008

Umas vezes para baixo e quase sempre para cima

É verdade que estamos (quase) todos apreensivos com os efeitos da crise. Mas o início da época de férias que agora começa para muitos portugueses, faz, de certo modo, “esquecer” os apertos de cinto que tanto nos têm afligido nos últimos tempos.

E se não podemos fugir, de todo, às preocupações, pelo menos agora que vai começar esta pausa maior tão ansiada, devemos fazer os possíveis para tentar esquecer todas as inquietações e para gozar em pleno os dias que aí vêm.

Tanto mais que a vida, como dizia o Herman, “é como os interruptores, umas vezes para cima e outras para baixo”.

Foi, afinal, o que aconteceu agora, com o anúncio dos aumentos e das descidas, de alguns bens e produtos.

Do lado das coisas boas, o IVA baixou 1% (a descida é tão pequena que, para nós cidadãos comuns, nem vamos notar), o preço do gás natural para as famílias desceu 3,4%, as portagens já são mais baratas para os camionistas e o aumento do abono de família subiu 25% para um milhão de beneficiários da Segurança Social (o que será uma pequena ajuda mas que não passará disso mesmo).

Do outro prato da balança, e não falando da gasolina e do gasóleo que continuarão a subir sabe Deus até onde, regista-se o aumento do preço dos transportes (com excepção dos passes sociais), o aumento das taxas de juro (recorde-se que num ano as prestações do crédito à habitação subiram 25% e, essa sim, está-se a tornar uma subida constante que nos deixa os cabelos em pé e os nervos em franja) e o de todos os produtos que venham a reflectir no preço final o aumento do preço dos combustíveis.

Como vêm, tal como na vida, os preços também se mostram sensíveis às descidas e subidas, umas vezes para baixo e, na maioria dos casos, para cima.

Pelo que, não vale a pena cairmos em depressão só porque o preço do barril de petróleo continua em ascensão, ou começarmos a pensar em fugir das gasolineiras logo após abastecermos os depósitos dos carros nem, tão-pouco, a tomar a decisão de fazer como aquele cidadão inglês, residente na Austrália, que, depois de ter sofrido um grande desgosto de amor, decidiu vender toda a sua vida (casa, moto, carro e tudo o mais que lhe pertencia) por uns quantos milhares de euros.

Não meus amigos, embora inquietos – desesperados, alguns - vamos tentar ultrapassar este mau momento, com a resignação que se tornou já apanágio deste povo sofrido e maltratado mas que, apesar de tudo, continua esperançoso.

Esta a minha mensagem de esperança. Pelo menos até saber em quantos pontos percentuais é que o Banco Central Europeu decidiu subir a taxa de juro.

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