quarta-feira, outubro 08, 2008

Que alívio!

Começam agora a ser conhecidos os primeiros galardoados com os prémios Nobel deste ano, pelo que, muitos de nós, estaremos particularmente atentos ao que acontece na Real Academia de Ciências da Suécia que concede anualmente as distinções mais importantes do mundo em várias áreas do saber.

No entanto, poucas pessoas saberão que existem uns outros galardões – os Prémios IgNobel (também conhecidos por IG Nobel) - que premeiam outros cientistas, e que também são outorgados nesta altura.

À primeira vista (e à segunda, e á terceira ...) poder-se-á pensar que os vencedores dos Nobel são aqueles cientistas que, de alguma forma, com as suas descobertas, promoveram o bem-estar da Humanidade, enquanto que os outros não passam de uns borra-botas sem préstimo. Nada de mais errado, porém. Os IgNobel premeiam cientistas a sério, que descobriram coisas a sério, só que ...

Eis alguns dos galardões atribuídos este ano por uma revista humorística da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos:

Na Biologia, venceram os os franceses Marie-Christine Cadiergues, Christel Joubert e Michel Franc, de Toulouse que realizaram um «estudo comparativo entre o desempenho do salto das pulgas de cães e gatos», que mostra que os insectos nos cães pulam mais.

O da Paz, para uns suíços que concluiram que as plantas têm dignidade.

Na Medicina venceu Dan Ariely, da Universidade Americana Duke (Carolina do Norte), que confirmou as suspeitas de alguns psicanalistas de que um falso remédio caro é mais eficaz do que um barato.

Geoffrey Miller, Josha Tybur e Brent Jordan, da Universidade do Novo México, venceram a categoria de Economia, ao estudarem o impacto do ciclo de ovulação de uma stripper nas gorjetas que ela recebe.

A estatueta de Nutrição foi para Massimiliano Zampini, da Universidade de Trento (Itália), e Charles Spence, de Oxford (Reino Unido), por terem modificado eletronicamente o ruído de uma batata frita para enganar quem a consome, fazendo pensar que é mais crocante e fresca do que parece.


Mais do que fazer rir, estes prémios devem fazer-nos pensar. Pensar sobretudo sobre a real utilidade de tantos anos de estudos sobre ... coisas que, aparentemente, servem para nada.

Nada, não, sejamos justos. É que uma das descobertas agora premiadas pelos IgNobel deixou-me absolutamente descansado depois de, anos a fio, ter tido tantas incertezas. Agora eu sei – finalmente - que as pulgas dos cães saltam mais alto e mais longe do que as dos gatos.

Que alívio!


1 comentário:

Anónimo disse...

Já que falas em riso (embora isto não tenha a ver concretamente com o tema de hoje), talvez seja conveniente dizer que, afinal, para além do homem, os animais também riem. Um estudo publicado recentemente na revista Science sugere que o riso é utilizado pelos cães, macacos e ratos, como forma de identificação social num mesmo grupo.

E, já agora, e por que sempre se afirmou que a hiena é um animal que ri por tudo e por nada, é bom que se saiba que, afinal, as hienas não riem. O que acontece é que, à noite, elas costumam soltar o seu uivo esquisito, que parece uma gargalhada.


Quanto a nós (voltando ao assunto do dia), humanos terráqueos, que temos a característica (saudável) de rir, não posso deixar de dar uma sonora gargalhada perante a existência de tão importantes “cientistas” que nos fazem sentir tão ... pequeninos.