quarta-feira, junho 30, 2010

O tremendo embuste


Esta é mais uma crónica em que proponho que não se fale de futebol. Não sendo eu treinador de bancada nem, tão-pouco, grande conhecedor da arte de bem jogar, que mexe com tácticas e estratégias que não domino, contento-me em ser um observador do fenómeno que se deixa levar por puros instintos racionais.


É por isso, agora que acabou o sonho lusitano de vir a conquistar o Mundial da África do Sul, ainda cheio de tristeza por assistir ao naufrágio dos nossos “navegadores” aos pés de um Adamastor chamado Espanha, que eu achei que tinha chegado a hora de pedir aos meus concidadãos para abrirem um pouco mais os olhos para a realidade.


Viram, por acaso, neste jogo com a Espanha, um jogador que já foi considerado o melhor do mundo, que recebe muitos milhões pelos seus contratos, que já tem a sua figura em cera no Museu da Madame Tussauds em Londres e que continua a ser idolatrado por multidões até ao absurdo? Sim, estou a referir-me ao CR7, ao Ronaldo, ao Cristiano, ao Cristiano Ronaldo, ao tal que disse que agora é que ia ser, que ia “explodir” neste mundial. Pois é claro que o viram. Pelo menos deram com ele quando toda a equipa cantava o hino nacional. Todos não. O Cristiano Ronaldo não abriu a boquinha uma só vez, provavelmente para não se cansar, quem sabe se por desconhecimento da letra do hino, quiçá porque aquilo que era comum a todos os seus colegas (onde se incluía o luso-brasileiro Pepe) – a “raça”, o querer, a firme vontade de servir – não lhe caber por inteiro.


Depois, quando o jogo começou, devem tê-lo perdido algures, nunca mais ninguém o viu em todo o campo. Nem neste jogo nem nos outros que tem feito ao serviço da selecção. Os fantásticos golos e as extraordinárias jogadas que protagonizou ao serviço do Manchester e do Real Madrid nunca serviram de modelo para outras tantas em representação de Portugal.


E viram-no, finalmente, quando saiu apressado pela zona de entrevistas rápidas, respondendo com ar enfadado que as perguntas deveriam ser endereçadas ao treinador Carlos Queiroz. Uma resposta cheia de insinuações – quais farpas afiadas - próprias de uma pessoa de mau carácter que não sabe perder. Logo ele que é o capitão da “equipa de todos nós”.


Daí a minha estupefacção em assistir à continuada glorificação de um jogador de quem dizem ser mago e que, se calhar por isso mesmo, sempre nos deu ilusão em vez de futebol. Mas a isso eu não chamo magia, chamo embuste.







1 comentário:

Anónimo disse...

Quanto jogadores tem uma equipa? 1, o CR7! Os restantes são figuras.