quarta-feira, setembro 29, 2010

Um pódio enganador

Na crónica que aqui escrevi no passado dia 23, intitulada “Afinal, esperamos o quê?”, em que abordava o tema da sustentabilidade do Estado Social não conhecia ainda os números que Nicolau Santos divulgou no Expresso desta semana. Dizia ele:

“… No que toca à generosidade dos apoios concedidos durante cinco anos após se cair na situação de desempregado, Portugal está em sexto lugar entre 29 países desenvolvidos. Não é normal que um país que está sistematicamente na cauda dos indicadores económicos europeus se encontre neste lugar. Menos normal ainda é que estejamos imediatamente à frente da Alemanha, França e Finlândia e só atrás da Noruega, Bélgica, Áustria, Dinamarca e Irlanda. Os Estados Unidos são o último país da lista. Conclusão: somos um país pobre com um apoio aos desempregados de rico. E, como é óbvio, isto não é sustentável”.

É uma conclusão sem contestação. Daí que as últimas medidas conhecidas levaram a que, em Agosto último, 38% dos desempregados já não tenham direito a qualquer apoio. Uma situação que, também ela, não é, obviamente, sustentável.

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