quarta-feira, junho 26, 2013

As "ex-Scut" - primeiro implementa-se e depois logo se vê ...



Espanto-me (e indigno-me) sempre que sei que o Estado (uma designação demasiado genérica que parece não responsabilizar alguém) não estuda devidamente os projectos que quer levar por diante e os põe em marcha sem acautelar todos os pormenores, muitos deles absolutamente indispensáveis.

Um exemplo disso foi o que se passou quando pensaram em colocar pórticos nas "ex-Scut" (auto-estradas sem custos para o utilizador). A ideia era de portajar quem por lá circulava e ... mãos à obra que é preciso arranjar dinheiro.

Só que ... não se fizeram as contas necessárias. Para além de só em 2012 se ter despendido, em apenas quatro das concessões, 76,7 milhões relativos aos custos com a instalação de pórticos de cobrança de portagens, sabe-se agora que os pórticos têm elevados custos de manutenção. Cerca de um terço das receitas das portagens não chega aos cofres do Estado, porque fica para pagar o próprio serviço. Por cada 5 euros de portagens, só 3,30 euros chegam à Estradas de Portugal. Os restantes 1,70 euros são gastos a pagar a aparelhagem técnica e humana de cobrança de portagens.

Outro aspecto significativo é a dificuldade que a empresa pública tem em controlar os pagamentos dos automobilistas, não sabendo, portanto, se recebe todas as portagens ou se há desvios. Daí que o novo sistema de cobrança de portagens que a Estradas de Portugal está a desenvolver para as ex-Scut preveja a instalação de pórticos em todos os nós de acesso (entrada e saída), de modo a aumentar as receitas da empresa e minimizar a fraude.

Resta saber se mais uns quantos milhões que se vão investir em breve irão ter - efectivamente - retorno para o Estado.

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