segunda-feira, fevereiro 05, 2007

O que teria acontecido?


A verdade é que, como não ia completamente distraído, olhei com mais atenção para um cartaz em que a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital anunciava o “arranjo urbanístico da zona envolvente da Junta de Freguesia de São Gião”, obras que, de acordo com o cartaz, iriam ser comparticipadas pela Comunidade Europeia.

Mas porque as coisas ou se lêem ou não se lêem, e se se lêem, lêem-se do princípio ao fim, não pude deixar de olhar, com olhos de ver, para quanto ia custar aquela obra que ia alindar aquela parte da cidade. E o cartaz indica que o custo total da obra está estimado em 4.042,95 euros, sendo a comparticipação comunitária de 5.532,21 euros.

O meu “olho clínico” que tem a mania de reparar em certas coisas, fez-me parar o carro. Reli atentamente as verbas anunciadas e não pude de deixar de ficar completamente “abazurdido” e baralhado.

Então se as obras vão custar somente 4.042,95 euros, porque carga de água é que a Comunidade Europeia vai comparticipar com 5.532,21 euros, ou seja, mais 1.489,26 do que o necessário?

Acreditem que a pergunta não é de todo mal-intencionada. Mas se ninguém me sabe dar uma explicação plausível para o sucedido, e se não me levam a mal que eu especule sobre o assunto, a justificação só pode ser dada por uma das seguintes situações:

a) Ou o cartaz foi mal feito e trocaram a ordem das verbas (incompetência e falta de controlo da obra executada); ou
b) a Comunidade Europeia, sabendo que em Portugal não se cumprem nem prazos nem orçamentos, já adiantou mais uns mil e quinhentos euros para compensar os desvios (incompetência de novo, e descrédito internacional por aquilo que se faz por cá) ; ou
c) a Comunidade foi mal informada do custo da obra, pensando que a mesma poderia ser de um montante muito superior e enviou, a título de comparticipação 5.532,21 euros.

Quero acreditar que tenha havido um lapso na execução do cartaz, descuido que, repito, faz sobressair a incompetência e a falta de controlo de quem o mandou fazer.

Mas se, de facto, o que aconteceu é que a Comunidade mandou um montante (que deveria ser apenas uma comparticipação) superior ao custo total da obra, por onde é que andam os 1.489,26 euros que vieram a mais?

Perguntar não ofende ...

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