segunda-feira, novembro 19, 2007

Um rigoroso exclusivo do “Por Linhas Tortas”


Em princípio e se não acontecer algum percalço de última hora, vai mesmo realizar-se em Lisboa a Cimeira entre a União Europeia e a África, melhor dizendo entre a União Europeia e a União Africana.

E muito embora os britânicos já tenham feito saber que se Robert Mugabe vier a Lisboa, Gordon Brown não vai comparecer (e eles lá sabem porquê), a União Africana também já marcou uma posição: "Queremos que a cimeira se realize. O Zimbabué faz parte da União Africana e se a cimeira é com a União Africana, então, a União Europeia não pode escolher quem vai de África”.

Face às duas posições irredutíveis das duas Uniões, resta saber quem estará de facto presente em Lisboa a 8 e 9 de Dezembro, se Brown, se Mugabe? Eis a grande questão.
Mas se é certo que o primeiro-ministro britânico não irá comparecer a uma reunião onde esteja presente Robert Mugabe, por outro lado, o secretário de Estado para os Assuntos Europeus britânico, Jim Murphy, afirmou que a presença de Mugabe "não deve eclipsar a cimeira".

De realçar, ainda, que os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 decidiram hoje mesmo, em Bruxelas, questionar o presidente do Zimbabué quando se deslocar à capital portuguesa, pela falta de democracia e desrespeito pelos direitos humanos no seu país,.

Uma cimeira que promete.

Só que, o ditador Mugabe, dono e senhor do país mais pobre do mundo, é matreiro e sabendo, de antemão, das dificuldades que irá encontrar em Lisboa antecipou-se e jogou uma cartada de mestre. Com uma desfaçatez inaudita, enviou a Sócrates um convite para que a Cimeira de Lisboa se realize em Harare, a capital do Zimbabué.
E, para tornar claro que os convidados seriam bem recebidos e ficariam muito bem instalados, enviou fotografias do seu Palácio Presidencial.

“Por Linhas Tortas”, soube da existência dessas fotografias confidenciais e, num rigoroso exclusivo, conseguiu obtê-las para mostrar aos seus leitores fiéis.

Como diria um amigo meu, “Ei-se-las”:

































3 comentários:

Anónimo disse...

E pensar que aquele tipo correu de lá com os brancos, dizendo que andavam a roubar o povo!

Ele não, anda mas é a promover a economia do país, já viram quantas pessoas e quantos meios não foram necessários para instalar a casinha !? Há que movimentar os capitais, nem que seja em proveito próprio !
Pode ser que no final (esperamos próximo) também possa ter uma fundação ou um centro cultural para albergar e expor tamanha obra, já agora que gastou a massa, antes isso de que transformar aqueles artigos todos em comburentes de uma qualquer revolução, pelo menos sempre se poupa no CO2 emitido.

Tributum Abusus (tributo ao abuso).

Anónimo disse...

Vá lá, vá lá, Vexata, acho que estás a ser um pouco severo com o senhor ... ditador.

Repara que a casita é bem modesta e, como tal, o convite para que os 27 mais os outros todos de África se instalassem no seu despretensioso cantinho, só revela que se trata de uma boa pessoa.

E então, se pensarmos como ele arranjou empregos para uns quantos trabalhdores que alindaram o seu lar, aí, não temos qualquer dúvida que o homem tem muito bom coração.

Anónimo disse...

Se a cimeira sempre se realizar em Lisboa - apesar da generosa oferta de Mugabe (SIC) - pode ser até que, mesmo que Brown não venha cá, mande alguém a representá-lo.

Isto porque a diplomacia britânica ficou satisfeita com as declarações do nosso ministro dos negócios estrangeiros, Luís Amado, que assumiu que preferia que o Presidente do Zimbabué estivesse ausente da cimeira.

Bem, o que ele disse mesmo foi “não sabemos quem vai estar ou não vai estar, mas se me perguntam se eu gostava que Robert Mugabe estivesse em Lisboa, diria que não”.

Ser diplomata não é fácil!