quarta-feira, abril 22, 2009

Medida anti-crise?

Não pretendia comentar a entrevista que o primeiro-ministro concedeu ontem à RTP. Não queria nem vou fazê-lo, mas não resisto à tentação de salientar uma medida anti-crise que o governo pôs em prática e que não deu conta ao país, certamente por não querer que o acusem de eleitoralismo.

Então não é que alguns dos tão propalados e populares computadores Magalhães que os alunos compraram por apenas por 50,00 euros, por iniciativa do Ministério da Educação, foram encontrados à venda em estabelecimentos de produtos informáticos em segunda mão?

É verdade, começaram a aparecer nessas lojas computadores Magalhães (e outros fornecidos no âmbito do programa e-escola) que estão a ser vendidos por 125,00, 160,00 e até por 225,50 euros. E, recorde-se, neste momento, 320 mil crianças já têm o Magalhães.

Ou seja, o governo investiu uma pipa de massa numa ferramenta que se destina a familiarizar os jovens com as novas tecnologias e a dar-lhes melhores meios de aprendizagem e, por outro lado, os progenitores desses jovens apropriam-se dos aparelhos e vão a correr às lojas vendê-los.

É aqui que se dá conta daquela medida anti-crise que vos referia há pouco. Com este sistema das famílias comprarem computadores por 50,00 e vendê-los por 125,00 (no mínimo), ganham nesse pequeno negócio nada mais do que 75,00 euros.

Depois dos apoios às micro e pequenas e médias empresas, às famílias, aos diversos sectores de actividade, aos bancos, enfim, todas aquelas medidas que têm sido sobejamente divulgadas, digam-me cá, esta é ou não é mais uma boa iniciativa do governo para ajudar as famílias?

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