segunda-feira, abril 20, 2009

A questão da mensagem



Digam-me com franqueza, se o cartaz não estivesse escarrapachado e em grande plano aqui no “Por Linhas Tortas” dariam por ele? É claro que não. Apesar de estar “plantado” nas ruas e praças deste país tenho a certeza que os meus amigos têm passado majestaticamente pelo painel sem lhe ligarem a mínima.


Dá até a impressão que os criativos que trabalharam para esta campanha do PSD não se esforçaram lá muito. Para além de, reconheça-se, terem conseguido uma imagem bem retocada e apresentável da Drª. Manuela.


Mas será que o cartaz pretendeu apenas e só projectar a imagem da líder? Porque não foram um pouco mais ambiciosos, porventura optando por cores menos “cinzentas” que o tornam tão-pouco apelativo. Como já vi escrito algures, “de noite não se vê e de dia não dá vontade de ver”.


Para mim, no entanto, o pior do cartaz é a frase que sobressai mais do que a própria figura da líder do PSD, “Política de Verdade”. Mesmo que tivessem pretendido colar a mensagem à seriedade que todos reconhecem a Manuela Ferreira Leite, penso que a iniciativa foi pouco feliz. Primeiro porque não foram nada criativos com um slogan que está demasiado estafado e que em si mesmo pouco significa. Depois, e sobretudo, porque no nosso país já poucos acreditam no casamento entre a política e a verdade. Vá lá saber-se porquê.


Enfim, os publicitários poderão fazer um julgamento mais técnico. Para já, li a opinião de Einhart da Paz, um criativo brasileiro que já trabalhou para o PSD, que disse: “Este é o cartaz que eu pediria a Deus que o meu adversário fizesse”.



2 comentários:

provocador disse...

Por acaso já pensaste que se o produto é mau não há boa publicidade que o salve?

Porcos no Espaço disse...

Pode-se gostar ou não, mas sinceramente acho difícil que passe despercebido.

Este cartaz é a cara da candidata: sóbria (eufemismo para cinzenta) e sem ideia. No entanto, roa-se de inveja, Dr. Pitanguy, porque o fotógrafo e o director de arte desta campanha fizeram um autêntico milagre com a fronha desta senhora.

De resto, não vejo onde é que este cartaz é pior que o dos adversários ou do que todos os outros que tenho visto ao longo de anos. O marketing político já nos habituou ao mesmo tipo de coisas, quase sempre más e sem grandes variações. Tecnicamente acho o do candidato do PS bem mais aberrante.