A Bandeira Nacional (um dos três símbolos da Pátria) representa as lutas da fundação, da independência e da restauração de Portugal e os descobrimentos marítimos. Ao longo dos tempos a bandeira teve várias versões até que, após a instauração da República, foi criada a bandeira tal como hoje a conhecemos. Os seus autores foram Columbano (o pintor), João Chagas (o político) e Abel Botelho (o diplomata e escritor).
Na sua composição, todos os detalhes foram pensados e a simbologia foi perfeita: a História do país a que se juntou uma visão do futuro a que o ardor patriótico emanado do 5 de Outubro de 1910 não foi irrelevante. Mas também as cores: a verde que representa a esperança em melhores dias de prosperidade e bem-estar e também os campos verdejantes. A vermelha que representa o valor e o sangue derramado nas conquistas, nas descobertas, na defesa e no engrandecimento da Pátria. Finalmente a Esfera Armilar (onde estão representados sete castelos) que simboliza as viagens dos navegadores portugueses pelo Mundo, nos séculos XV e XVI.
E, com tudo isto, a Bandeira Nacional tornou-se num dos símbolos da Nação, que devemos respeitar.
Porém, as coisas nem sempre são lineares. Passando por cima daquele lapso de Cavaco Silva que, precisamente no 5 de Outubro de 2012, na Câmara Municipal de Lisboa, içou a bandeira ao contrário (houve quem interpretasse o facto como a imagem de um país de pernas para o ar) e de, já em Fevereiro deste ano, termos assistido à lamentável cena de ver hasteada a nossa bandeira à entrada da sede do Conselho Europeu, em Bruxelas, não com os tradicionais castelos mas com pagodes chineses, foi a vez de, há dias, numa cerimónia oficial no México, o discurso do Primeiro-Ministro, Passos Coelho, ter sido proferido com uma bandeira portuguesa "diferente" como pano de fundo. A " tosca bandeira", provavelmente "cozinhada" no México para desenrascar, ostentava a esfera armilar assente numa superfície branca (o que não acontece na versão oficial), os sete castelos interiores não estavam na posição certa, as torres não estavam voltadas para o centro do escudo, e os escudetes eram demasiado pequenos. Enfim, uma vergonha.
Pois bem, o que gostava de saber é por que se desrespeita tanto (e começa a ser demasiado frequente para o meu gosto) um dos nossos símbolos nacionais? Será que isso é o reflexo do estado da Nação?
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