quinta-feira, novembro 20, 2014

"Chamem a policia, queu num pago"



"Eram dez para uma no restaurante
Almoçava alarve mente
A meio do café um garçon pedante
Chegou-se e pôs-ma conta frente
Atao bebi o brande todo dum trago,
Berrei pró homem num pago, num pago;
O gaijo bronco chamou o gerente,
Saltei pa trás, saquei, saiu o pente...
Pra num andar cadeiras pru are,
Atao pus-ma gritar:

Chamem a policia, chamem a policia,
Chamem a policia Chamem a policia, queu num pago" ...



Era assim que começava a canção "Chamem a polícia" (que foi um grande sucesso popular na época) criada pelos Trabalhadores do Comércio, uma banda portuguesa formada na década de 80.

Pois foi exactamente do que eu me lembrei quando li que a GALP e a REN não pagaram (e continuam a não querer pagar) a contribuição extraordinária das empresas do sector energético. Convenhamos que é uma pipa de massa (como dizia o outro) que pode "sair-lhes dos bolsos", uns 35 milhões e 25 milhões de euros, respectivamente. E porque não querem pagar até admito que aleguem (e estão no seu direito) que esta contribuição constitui uma ilegalidade. Mas a verdade é que as leis são para se aplicar a toda a gente. Aos cidadãos (no activo e pensionistas) e às empresas. Quer se trate do IRS ou do IRC, do IMI ou de outras taxas e contribuições, algumas delas também duvidosamente legais. Como é o caso da contribuição audiovisual cobrada às escadas dos prédios ou uma mais recente que dá pelo nome Taxa Municipal de Protecção Civil que alguns municípios já começaram a cobrar.

E como nenhum de nós se pode dar ao luxo de ter estados de alma quando paga impostos, o melhor é adoptar o princípio: "Ai não pagam? Então, chamem a polícia ..."

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