O homem não teria mais do que um metro de altura. Talvez nem tanto, noventa centímetros, quando muito. Trajava uma calça beije, casaco e camisa azuis e gravata entre o vermelho e o bordeau. Muito embora o vestuário conjugasse na perfeição, o semblante do homem destoava claramente. Tinha um ar triste.
Já me cruzara com ele momentos antes e fixara-o justamente pela sua pequena estatura. Aliás, cruzámo-nos duas ou três vezes, para ser mais preciso.
A determinada altura, num dos pequenos corredores do pequeno centro comercial, sentei-me quase em frente de um painel que ostentava, em cada um dos lados, como motivo decorativo, dois espelhos. Espelhos esses que refletiam imagens distorcidas das pessoas e que tanto as faziam gordas como magras, como altas como baixas, mas quase sempre horrendas e desproporcionadas em relação à realidade. Como aqueles espelhos que tanto nos faziam rir na velha Feira Popular, na conhecida “Casa dos Espelhos”, também conhecida pela “Casa dos Horrores”.
Dei, então, com o homem a deambular de um lado para o outro do corredor, parando por momentos em cada um dos espelhos, para, logo de seguida, continuar a andar. E fez isto uma infinidade de vezes. Chegava ao pé de um dos espelhos, mirava-se de frente, colocava-se de perfil e seguia até ao outro espelho do outro lado do painel.
Só ao fim de algum tempo, julguei perceber a verdadeira intenção do homem. Ajustar o nó da gravata, estava fora de questão, pois estava no lugar certo. Compor o casaco, também não seria o caso, muito embora o tamanho fosse um pouco excessivo para uma pessoa com a sua altura. Alinhar o penteado, tão pouco, os escassos cabelos estavam irrepreensivelmente penteados. Alimentar a sua vaidade com a miragem de um homem esbelto, muito menos, porque aquele tipo de espelhos são públicos inimigos da vaidade humana.
O que, portanto, o homem tanto procurava junto daqueles espelhos - e só podia ser isso - era a tentativa de conseguir que um qualquer ângulo desses espelhos, pudesse reflectir não os seus oitenta ou noventa cêntimetros bem medidos, mas, quem sabe, a altura que sempre desejara ter, de um metro e noventa, quem sabe se um pouco mais.
Já me cruzara com ele momentos antes e fixara-o justamente pela sua pequena estatura. Aliás, cruzámo-nos duas ou três vezes, para ser mais preciso.
A determinada altura, num dos pequenos corredores do pequeno centro comercial, sentei-me quase em frente de um painel que ostentava, em cada um dos lados, como motivo decorativo, dois espelhos. Espelhos esses que refletiam imagens distorcidas das pessoas e que tanto as faziam gordas como magras, como altas como baixas, mas quase sempre horrendas e desproporcionadas em relação à realidade. Como aqueles espelhos que tanto nos faziam rir na velha Feira Popular, na conhecida “Casa dos Espelhos”, também conhecida pela “Casa dos Horrores”.
Dei, então, com o homem a deambular de um lado para o outro do corredor, parando por momentos em cada um dos espelhos, para, logo de seguida, continuar a andar. E fez isto uma infinidade de vezes. Chegava ao pé de um dos espelhos, mirava-se de frente, colocava-se de perfil e seguia até ao outro espelho do outro lado do painel.
Só ao fim de algum tempo, julguei perceber a verdadeira intenção do homem. Ajustar o nó da gravata, estava fora de questão, pois estava no lugar certo. Compor o casaco, também não seria o caso, muito embora o tamanho fosse um pouco excessivo para uma pessoa com a sua altura. Alinhar o penteado, tão pouco, os escassos cabelos estavam irrepreensivelmente penteados. Alimentar a sua vaidade com a miragem de um homem esbelto, muito menos, porque aquele tipo de espelhos são públicos inimigos da vaidade humana.
O que, portanto, o homem tanto procurava junto daqueles espelhos - e só podia ser isso - era a tentativa de conseguir que um qualquer ângulo desses espelhos, pudesse reflectir não os seus oitenta ou noventa cêntimetros bem medidos, mas, quem sabe, a altura que sempre desejara ter, de um metro e noventa, quem sabe se um pouco mais.
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