Já aqui temos falado por diversas vezes em publicidade, e sobre o mau gosto e a falta de ética existentes em certas campanhas publicitárias.
Passa neste momento nos vários canais de televisão um anúncio patrocinado pela TV Cabo, em que um homem chega a casa e, consoante a versão do anúncio, ele depara com bilhetinhos deixados pela mulher, pelo filho, pela filha e até pela empregada, todos a dizer que o abandonavam porque ele era grandessíssimo unhas de fome, porque não tinha querido gastar uns míseros 15,50 euros, que lhes permitiria terem mais uns quantos canais de TV espalhados pela casa.
Na minha opinião, aquele anúncio é de um profundo mau gosto. Não vejo ali nem criatividade nem sequer humor, por muito subtil que ele pretendesse ser.
Na verdade, o que eu consigo ver é o apelo puro e simples à descaracterização do padrão familiar, em que todos os que “bazaram”, como diz o filho, preferem trocar a estabilidade familiar, a partilha, pelo prazer de estarem sós diante de mais uns canais de televisão em casa.
Eu sei que muitos discordarão da minha opinião, que os mais chegados à criação publicitária repetirão que a publicidade apenas retrata, ou vai buscar inspiração à própria sociedade (o que é verdade, infelizmente) mas temos que ser honestos. O apelo a valores e princípios não vende e, daí, que se recorra a estratégias como esta, que vão minando e provocando a separação cada vez maior das famílias e levam cada um de nós, inevitavelmente, ao isolamento social.
Um anúncio de mau gosto, em suma!
Passa neste momento nos vários canais de televisão um anúncio patrocinado pela TV Cabo, em que um homem chega a casa e, consoante a versão do anúncio, ele depara com bilhetinhos deixados pela mulher, pelo filho, pela filha e até pela empregada, todos a dizer que o abandonavam porque ele era grandessíssimo unhas de fome, porque não tinha querido gastar uns míseros 15,50 euros, que lhes permitiria terem mais uns quantos canais de TV espalhados pela casa.
Na minha opinião, aquele anúncio é de um profundo mau gosto. Não vejo ali nem criatividade nem sequer humor, por muito subtil que ele pretendesse ser.
Na verdade, o que eu consigo ver é o apelo puro e simples à descaracterização do padrão familiar, em que todos os que “bazaram”, como diz o filho, preferem trocar a estabilidade familiar, a partilha, pelo prazer de estarem sós diante de mais uns canais de televisão em casa.
Eu sei que muitos discordarão da minha opinião, que os mais chegados à criação publicitária repetirão que a publicidade apenas retrata, ou vai buscar inspiração à própria sociedade (o que é verdade, infelizmente) mas temos que ser honestos. O apelo a valores e princípios não vende e, daí, que se recorra a estratégias como esta, que vão minando e provocando a separação cada vez maior das famílias e levam cada um de nós, inevitavelmente, ao isolamento social.
Um anúncio de mau gosto, em suma!
4 comentários:
A publicidade não existe para implantar os bons valores morais da sociedade. Esses começam em casa. A publicidade comunica e vende.
Esse filme é apenas uma hipérbole. Ninguém vai passar a sair de casa por causa da TVCabo. O exagero é um clássico da criatividade.
E exactamente por se tratar de um clássico é que já não é criativo. Se é de mau gosto ou não, depende da sensibilidade de cada um. Para mim, não chega a ser de mau gosto. É apenas pobre em termos criativos. Passa-me ao lado.
Ainda por cima o preço é só até Fevereiro!
Depois volta-se a pagar a mensalidade normal!!!!!
É o velho "Síndrome da Bandeja" de que falava o Daniel Sampaio há muitos anos, em que cada um pega na sua bandeja e vai comer frente à sua televisão, no seu quarto. Já vivemos em caixas de fósforos, com uma caixinha para cada um dentro, e andamos por aí em caixinhas de fósoforos com rodas, sozinhos lá dentro (com as consequências terríveis que isso tem para o trânsito e para o ambiente)...
E (sem dar por isso?) estamos todos cada vez mais infelizes, deprimidos, o que se lhe queira chamar...
É que somos um bicho social, e nenhum canal de tv nos vai dar o que o contacto com seres humanos nos dá!...
Eu já sabia, meu caro porcos no espaço, que ao falar sobre este tema, tu saltarias rapidamente a terreiro a defender um espaço que bem conheces. Mas, uma vez mais, não estamos totalmente de acordo. E porquê?
Exactamente porque o anúncio constituiu uma hipérbole, como referes, e porque todos sabemos que a hipérbole é uma figura de estilo que consiste em engrandecer ou diminuir exageradamente a verdade das coisas, é que eu acho que o filme é de mau gosto.
Quanto a mim, a ideia que o filme pretende passar – embora de uma forma exagerada (lá está a hipérbole a funcionar) - é que é bom ter-se um grande número de canais de TV para, dessa forma, cada um poder ver isoladamente (esta é a verdade, a tal da hipérbole) o seu canal preferido. Como vês, está-se a engrandecer (a exagerar) uma verdade. E se o exagero, como dizes, é um clássico da criatividade, ao menos que esse exagero consiga influenciar positivamente o público alvo do anúncio, para o exercício das boas práticas, dos valores e dos princípios, não vão eles julgar que tudo isso são já coisas do passado.
Numa coisa concordo contigo. Os valores morais começam (ou deviam começar) em casa. Mas se a publicidade, ao comunicar, puder dar uma ajuda, tanto melhor!
Grande Abraço
Como disse, passa-me ao lado. Para ser de bom ou mau gosto precisa antes de me chamar a atenção, caso contrário é mais um anúncio no meio dos outros, a fazer ruído comercial.
E é o caso: apenas uma má campanha, por isso nem ligo. E aconselho toda a gente a fazer o mesmo.
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