quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Continua sem se ver a luz ao fundo do túnel ...


Se bem se recordam, ainda há bem pouco tempo aqui falei de um tal Arménio Matias que já foi administrador da CP e da Rave, (que pertence ao grupo CP), e que por lá andava sem qualquer tarefa atribuída, apesar de ser reconhecidamente um quadro competente, mas continuando, obviamente, a receber o seu chorudo vencimento.


Já há mais tempo, tinha também referido os desmandos cometidos por Braamcamp Sobral quando era presidente da Refer e da Rave, desmandos esses que o levaram e à sua equipa, a serem exonerados por motivos justificados, após uma auditoria efectuada pela Inspecção Geral de Finanças.


Face a isso, o Estado mudou a administração e colocou lá outra, presidida agora por Luís Pardal. Mas as baralhadas e os compadrios não cessaram.


Será bom recordar que, tanto a Refer como a Rave, são duas empresas públicas do universo empresarial da CP. Empresas que são sustentadas com o dinheiro dos contribuintes que gostariam de ver, pelo menos, transparência e rigor nas decisões e acções levadas a cabo pelos seus responsáveis. Mas não, o que se vai constatando é que apesar dos prejuízos que todos anos são sendo cada vez maiores, a protecção aos amigos continua e os tais desmandos que já eram o dia-a-dia da administração anterior, passaram agora a fazer parte dos usos e costumes da actual administração.


E tanto assim é que, no Correio da Manhã de hoje, vem noticiado que Manuel Lopes Marques, ex-director-geral de exploração e conservação da Refer – Rede Ferroviária Nacional, recebeu em Junho de 2006 uma indemnização de 210 mil euros para sair daquela empresa e, dois meses depois, em Outubro, ingressou como assessor do conselho de administração na Rave – Rede Ferroviária de Alta Velocidade, com um salário mensal de 5050 euros, para além de outras mordomias.


Isto é, anda-se da Refer para a Rave e da Rave para a CP e, se não der muito nas vistas, volta-se para a Rave ou para a Refer, tanto faz. Pela experiência, sabemos que todos estes saltinhos, de empresa para empresa, custa ao erário público, muitos milhares de euros. E nós vamos continuando a perguntar “Até Quando?”.


5 comentários:

Fliscorno disse...

Há que entender que a malta da CP está muito habituada, por deformação profissional, a transbordos, mudanças de carruagens, mas a andar sempre na mesma viagem :-)

O homem é um mister! Mas o Luis Pardal não lhe fica atrás LOL
Sugiro uma espreitadela ao CV dele em inglês [cópia].
:D

Anónimo disse...

É o chamado passe combinado.

Anónimo disse...

O texto foi publicado ontem às 20h27 e, pouco depois, no Jornal das Nove, com o Mário Crespo, estiveram frente a frente Saldanha Sanches e Nairana Coissoró. Foi interessante, quando falaram sobre este mesmo assunto, ouvir Saldanha Sanches incitar todos os jornais, televisões e bloguistas deste país a manifestarem a sua indignação perante mais esta pouca vergonha.

Parabéns, demascarenhas, como sempre estavas em cima da jogada e na primeira linha da nossa indignação.

Anónimo disse...

Fiquei muito preocupado ao saber que o Ministro das Obras Públicas já informou o Presidente da Refer que alguém terá que ser responsabilizado pela indemnização de 210 mil euros paga a um director da empresa que acabou por ser contratado pela Rave por cinco mil euros por mês.

Então, como é que a senhora que serve os cafézinhos, tem a possibilidade de pagar aquela massa toda, não me dirão?

Anónimo disse...

Agora que o Ministro das Obras Públicas decidiu intervir "para moralizar as coisas", não se poderá correr o risco de que o tal senhor que já foi uma vez indemnizado por ter saído da Refer, seja indemnizado de novo, agora por ter que deixar o seu lugar de acessor do conselho de administração da Rave?

É que ninguém consegue aguentar receber tantas indemnizações em tão pouco tempo...