Num programa que o segundo canal transmitiu há pouco tempo, discutia-se, basicamente, a qualidade da música que se faz em Portugal e as razões que levam as rádios a emitir, ou não, a música e os músicos portugueses nas suas antenas.
Eram convidados Manuel Moura dos Santos, Emanuel e uma senhora que deve ter um cargo qualquer importante na antena 3, e que eu não consegui fixar o nome.
Detive-me por lá um bom bocado porque cada um dos convidados fazia parte de mundos musicais completamente diferentes e a conversa estava muito animada.
Todos eles esgrimiam os seus argumentos, até que, Manuel Moura dos Santos, naquele seu estilo truculento e mal disposto, contestando uma afirmação da tal senhora, e olhando-a fixamente nos olhos, disse em tom sério “... e claro está que não estou a referir-me apenas à música do peixinho...”
A assistência tomou a afirmação como uma graça, deve ter pensado que ele se estava a referir ao “glu-glu” que os peixinhos fazem debaixo de água e ouviu-se uma estrondosa gargalhada que contagiou toda a gente. Todos menos Manuel Moura dos Santos que, num tom ainda mais sério, se possível, dirigiu-se à plateia para afirmar com alguma dureza “Estou, obviamente, a falar da música de Jorge Peixinho, um grande compositor português contemporâneo”.
A plateia emudeceu de repente e, creiam, foi muito confrangedor assistir a este puxão de orelhas em directo a uma assistência completamente ignorante sobre um dos músicos mais importantes do século vinte.
Repito, foi angustiante assistir a tanta ignorância junta, a tanta falta de cultura musical, patenteada por pessoas de várias gerações.
E para aqueles que estão menos familiarizados com a chamada “música séria”, (embora toda ela seja séria) os seus compositores e intérpretes, deixem-me recordar-lhes que, para além de muitos outros méritos, Jorge Peixinho (1940-1995), foi um dos mais importantes compositores portugueses, mas foi, também, pianista, crítico musical, conferencista e ensaísta.
Eram convidados Manuel Moura dos Santos, Emanuel e uma senhora que deve ter um cargo qualquer importante na antena 3, e que eu não consegui fixar o nome.
Detive-me por lá um bom bocado porque cada um dos convidados fazia parte de mundos musicais completamente diferentes e a conversa estava muito animada.
Todos eles esgrimiam os seus argumentos, até que, Manuel Moura dos Santos, naquele seu estilo truculento e mal disposto, contestando uma afirmação da tal senhora, e olhando-a fixamente nos olhos, disse em tom sério “... e claro está que não estou a referir-me apenas à música do peixinho...”
A assistência tomou a afirmação como uma graça, deve ter pensado que ele se estava a referir ao “glu-glu” que os peixinhos fazem debaixo de água e ouviu-se uma estrondosa gargalhada que contagiou toda a gente. Todos menos Manuel Moura dos Santos que, num tom ainda mais sério, se possível, dirigiu-se à plateia para afirmar com alguma dureza “Estou, obviamente, a falar da música de Jorge Peixinho, um grande compositor português contemporâneo”.
A plateia emudeceu de repente e, creiam, foi muito confrangedor assistir a este puxão de orelhas em directo a uma assistência completamente ignorante sobre um dos músicos mais importantes do século vinte.
Repito, foi angustiante assistir a tanta ignorância junta, a tanta falta de cultura musical, patenteada por pessoas de várias gerações.
E para aqueles que estão menos familiarizados com a chamada “música séria”, (embora toda ela seja séria) os seus compositores e intérpretes, deixem-me recordar-lhes que, para além de muitos outros méritos, Jorge Peixinho (1940-1995), foi um dos mais importantes compositores portugueses, mas foi, também, pianista, crítico musical, conferencista e ensaísta.
1 comentário:
Assisti ao programa que refere e sou um dos ignorantes que nunca tinha ouvido falar do Jorge Peixinho. Pesquisei na internet e continuo a não associar-lhe uma única obra.
Não o estudei na escola, nunca vi referência a ele nos jornais, nem o ouvi na rádio.
Se ele efectivamente foi, como disse, "um dos músicos mais importantes do século vinte", parece-me que foi o mundo que não o reconheceu ou se esqueceu.
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