Embora sabendo que muitos dos meus Amigos que lêem este blogue são especialistas em macroeconomia, ainda assim, vou lembrar (aos menos conhecedores) que a definição de défice (a malfadada palavra que tanto tem azucrinado os ouvidos e as nossas vidas), em traços muito gerais e dito de uma forma muito simplista pode resumir-se a isto: as receitas não são suficientes para pagar as despesas. Ou dito, ainda, de outra maneira, gasta-se mais do que se tem. E, já agora, dizer que quando falamos em défice público normalmente ele é expresso em percentagem sobre o PIB do país.
Mas esta nota prévia é para dizer o quê? Que há uns anos, uns tipos em Bruxelas, se lembraram de estabelecer que os países da União Europeia deveriam ter o seu défice abaixo dos 3%, sob pena de sofrerem sanções. No caso de Portugal, a coisa tem andado feia e este ano, finalmente, estamos numa posição, como dizer, "resvés Campo de Ourique", uma vez que a Comissão Europeia estima que, em 2015, o nosso défice seja de 3,1% e o Governo continua a dizer que ele será de 2,7%. Vamos ver quem tem razão ...
Independentemente dos esforços que temos feito, o curioso é que os tais tipos de Bruxelas quando decidiram os famigerados 3% certamente que quereriam (?) que isso se aplicasse a todos os países da União Europeia. E o curioso é que países com uma economia bem mais robusta do que a portuguesa ainda estão em pior situação do que nós. Entre outros, a Inglaterra tem um défice de 5,2%, tal como a França e, até a Finlândia que tanto nos criticou, está com um défice acima dos 3%. A Espanha terá um défice de 4,6% em 2015 e de 3,9% em 2016.
O que eu quero concluir é que, com jeitinho, ainda vamos ser apontados como um exemplo a seguir ...
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