quarta-feira, maio 06, 2015

TAP - a greve injusta



Depois dos primeiros cinco dias de greve dos pilotos da TAP, está confirmado que os prejuízos financeiros são enormes e que esta paralisação elitista é tremendamente impopular. É certo que as greves, de uma forma geral, prejudicam sempre alguém mas esta, sobretudo pela duração prevista e pelos impactos negativos que provoca não só na empresa como no turismo, no comércio e na economia em geral, conseguiu a condenação da maioria da população, dividir a classe dos pilotos e provocar uma clara divisão entre os pilotos e os restantes trabalhadores da empresa. Isto, claro está, para além de estar a causar danos irreparáveis na confiança que os passageiros - portugueses e não só - tinham na nossa companhia aérea. E como se o estrago não fosse já suficiente (ainda só vamos em metade dos dias previstos), o Sindicato já admite uma nova paralisação daqui a um mês, justamente na última semana de Maio ou mesmo nos feriados de Junho, uma altura forte em termos de transporte aéreo e turismo.

Não sei bem o que move (alguns) pilotos a fazerem esta greve. E as explicações do Sindicato são tão confusas que também não ajudam a esclarecer o que de facto pretendem. Aliás, com um processo de privatização em curso (goste-se, ou não, da ideia) é difícil perceber a posição dos pilotos.

Como li algures, "esta greve é legal mas é errada nos motivos, na proporção e até na moral". E o constitucionalista Jorge Miranda foi mais longe: "Esta greve é das coisas mais injustas que já vi ... se houver nova paralisação, o Governo não deve hesitar: a requisição civil justifica-se inteiramente".

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