domingo, outubro 09, 2005

Ganhámos

Neste último fim-de-semana fomos chamados a exercer o nosso dever cívico, isto é, fomos votar nos candidatos que mais mereceram a nossa confiança, aqueles que, ao fim e ao cabo, nos pareceram ser os mais aptos para dirigir e controlar os destinos das nossas autarquias.

Isto, muito embora a maioria deles, para além do voluntarismo e da boa vontade, não terem a mínima ideia sobre o que é, de facto, a gestão autárquica.
Naturalmente que todos os candidatos deveriam ter conhecimentos (pelo menos mínimos) de planeamento estratégico, de associativismo intermunicipal, de controlo orçamental, de conhecimento nas áreas sociais, culturais, ambientais e de ordenação do território.
Mas, enfim, sabemos todos que temos os candidatos que temos e, sabemos também, que a maioria deles é proveniente dos partidos que regem e dominam o sistema.
Bom, nós fizemos a nossa parte, votámos e, por isso, ganhámos.

Quanto aos partidos políticos, também ganharam todos. Ou se não ganharam, consolidaram ou reforçaram as suas posições nas Câmaras, nas Freguesias e nas Assembleias Municipais. Todos são vencedores, como de costume.

Mas ganharam também os independentes. Aqueles que à revelia dos respectivos partidos se candidataram e levaram de vencida os candidatos desses mesmos partidos. Todos eles, à excepção de Avelino Ferreira Torres em Amarante. Aí quem ganhou foi o bom senso e a democracia.

E ganhou também a abstenção que, em certos municípios, chegou a ultrapassar os 50%


Mas se pensaram que eu me dispunha a fazer análise política às eleições de ontem, tirem o cavalinho da chuva. Não é isso que me interessa neste momento.
Não, não é destes ganhos e destes ganhadores que vos vim falar. Hoje, gostaria antes de realçar a vitória da Selecção Portuguesa de Futebol sobre a selecção do Liechtenstein, que permitiu a nossa classificação para o Mundial da Alemanha de 2006.
E levou a cabo esse feito fazendo um jogo com uma equipa classificada para além do centésimo lugar na tabela da UEFA. Num jogo de baixíssima qualidade, de uma alta percentagem de passes mal executados, de malabarismos individualistas despropositados (lembro que este é um jogo de equipa) e de apostas duvidosas em jogadores sem ritmo competitivo e que não actuam nos seus respectivos clubes. Para além da elevada taxa de não concretização e de uma grande penalidade falhada, este foi um jogo em que quase tudo aconteceu, até um frango que, ainda por cima, se encaixou na nossa baliza.

Mas, afinal, o que interessa tudo isso quando o resultado acabou por ser uma vitória das nossas cores que, para mais, permitiu a classificação da nossa Selecção para a Alemanha?
Portanto, o que vale verdadeiramente é que ganhámos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Até o João Loureiro disse "hoje separou-se a justiça da política. E a política ganhou!». Palavras para quê? É um artista português...