A Turquia moderna é herdeira de milénios de História. Foi a cabeça do Império dos Hititas, do Império Romano do Oriente e do Império Otomano, que se estendeu em África até Marrocos e na Europa até às portas de Viena. É um país que foi, ao longo de séculos, encruzilhada de civilizações.
Há uns anos passei duas semanas de férias na Turquia e para além de ter “bebido” toda aquela riqueza histórica e cultural, senti que a sua população era amistosa e hospitaleira. Não raro, no primeiro encontro, e em simultâneo com o aperto de mão franco, lá vinha a pergunta “De que país é que são?”, feita mais pelo prazer do contacto com pessoas de outras latitudes do que por mera curiosidade. Achei, sinceramente, os turcos acolhedores e amáveis.
Talvez por isso, fiquei muito satisfeito pelo facto da Europa ter aberto recentemente as negociações para a entrada da Turquia na União Europeia. Achei que a esta entrada, ainda que se venha a verificar só daqui a dez ou quinze anos, vai beneficiar o país e os cidadãos.
Claro está que a Turquia tem ainda grandes problemas para resolver antes de entrar para o “clube”. Nomeadamente o problema com os curdos, o não reconhecimento de Chipre e as violações dos direitos humanos. Mas há que reconhecer, porém, que a Turquia fez uma rápida evolução para aderir à União, quer na economia, quer na legislação, quer no funcionamento das instituições democráticas. De resto, num processo de ocidentalização que já existiu quando Mustafá Kemal Ataturk governou o país.
Mas mesmo que os turcos avancem rapidamente e cumpram as exigências impostas pela Europa, o acordo não vai ser fácil. E porquê? Porque os europeus temem os turcos. De acordo com sondagens publicadas recentemente só 35% dos europeus querem que os turcos se juntem à União Europeia. E entre os que têm mais medo, encontram-se países de grande peso no seio da União, como a França, a Áustria e a Alemanha da nova chanceler Ângela Merkel.
Não obstante, a generalidade dos analistas turcos parece acreditar que o seu país poderá dar uma contribuição importante para o significado estratégico do bloco europeu e o mundo empresarial turco também reagiu bem ao início das negociações.
Mas, se a Europa fechar as portas à Turquia, poder-se-á perder a ponte que permita o diálogo entre o Ocidente e o mundo muçulmano e estar-se-á, porventura, a empurrar os turcos para se juntarem às fileiras dos fanáticos muçulmanos que pretendem, por qualquer meio, derrubar a civilização ocidental. E é bom não esquecer que o fundamentalismo muçulmano turco, embora ainda minoritário, é extraordinariamente activo e está bem posicionado junto dos órgãos da Administração.
Há uns anos passei duas semanas de férias na Turquia e para além de ter “bebido” toda aquela riqueza histórica e cultural, senti que a sua população era amistosa e hospitaleira. Não raro, no primeiro encontro, e em simultâneo com o aperto de mão franco, lá vinha a pergunta “De que país é que são?”, feita mais pelo prazer do contacto com pessoas de outras latitudes do que por mera curiosidade. Achei, sinceramente, os turcos acolhedores e amáveis.
Talvez por isso, fiquei muito satisfeito pelo facto da Europa ter aberto recentemente as negociações para a entrada da Turquia na União Europeia. Achei que a esta entrada, ainda que se venha a verificar só daqui a dez ou quinze anos, vai beneficiar o país e os cidadãos.
Claro está que a Turquia tem ainda grandes problemas para resolver antes de entrar para o “clube”. Nomeadamente o problema com os curdos, o não reconhecimento de Chipre e as violações dos direitos humanos. Mas há que reconhecer, porém, que a Turquia fez uma rápida evolução para aderir à União, quer na economia, quer na legislação, quer no funcionamento das instituições democráticas. De resto, num processo de ocidentalização que já existiu quando Mustafá Kemal Ataturk governou o país.
Mas mesmo que os turcos avancem rapidamente e cumpram as exigências impostas pela Europa, o acordo não vai ser fácil. E porquê? Porque os europeus temem os turcos. De acordo com sondagens publicadas recentemente só 35% dos europeus querem que os turcos se juntem à União Europeia. E entre os que têm mais medo, encontram-se países de grande peso no seio da União, como a França, a Áustria e a Alemanha da nova chanceler Ângela Merkel.
Não obstante, a generalidade dos analistas turcos parece acreditar que o seu país poderá dar uma contribuição importante para o significado estratégico do bloco europeu e o mundo empresarial turco também reagiu bem ao início das negociações.
Mas, se a Europa fechar as portas à Turquia, poder-se-á perder a ponte que permita o diálogo entre o Ocidente e o mundo muçulmano e estar-se-á, porventura, a empurrar os turcos para se juntarem às fileiras dos fanáticos muçulmanos que pretendem, por qualquer meio, derrubar a civilização ocidental. E é bom não esquecer que o fundamentalismo muçulmano turco, embora ainda minoritário, é extraordinariamente activo e está bem posicionado junto dos órgãos da Administração.
Mas, para além isso, a Europa estará a fechar a porta a um mercado de 70 milhões de pessoas.
1 comentário:
É verdade que muitos Europeus temem os turcos. Digo Europeus, e não europeus. É que os Europeus pertencem à Europa dos poderosos, e esses temem sempre tudo o que venha de leste. Aliás, é parte da condição humana temer o que não se conhece bem, e, convenhamos, os Europeus sabem muito pouco da Turquia e de todos os países daquela zona geográfica.
Temem a possibilidade da mudança, e, por isso olham para a Turquia com desconfiança, como se de uma séria ameaça se tratasse. Talvez tenham as sas razões.
Mas uma coisa há que ter em conta. Pesando todos os prós e contras, julgo haver muito mais a ganhar com a adesão da Turquia ao clube. E a História diz-nos que muitas grandes burrices foram feitas... por medo.
Enviar um comentário