terça-feira, janeiro 29, 2008

O país da couve







Ao ler a notícia que os terrenos da antiga Feira Popular de Lisboa depois de destruídos todos os equipamentos lá existentes estão ao abandono e já servem para plantar couves, não pude deixar de pensar nas inúmeras hortas que vão crescendo um pouco por toda a parte. Ladeando as estradas, em terrenos planos ou nas encostas mais ou menos íngremes cultivam-se legumes e hortaliças de que o símbolo maior é, sem dúvida, a couve galega que tantas vezes chama a atenção pelo seu porte altivo.
E os agricultores urbanos lá estão empenhados no seu mester, de enxada na mão amanhando a terra onde crescem batatas, couves, tomates, espinafres e alfaces, entre outros, não esquecendo nunca a altaneira couve galega que não tardará a sentar-se à sua mesa para acompanhar um pedaço de bacalhau bem regado de azeite ou fazendo parte de um saboroso caldo verde.

Cultivar hortas em terrenos baldios, para além de alimentar o estômago de toda a família e, por vezes, de ganhar algum dinheiro com a venda dos produtos, é também em muitos casos, uma forma de ajudar a passar o tempo. Entreter o espírito com o contacto com a terra, funciona como uma espécie de terapia sobretudo para pessoas oriundas de meios rurais que conseguem, deste modo e no meio do betão das grandes cidades, um retorto às suas origens.

Mas para além de todo o ruralismo que se entranhou no seio das próprias cidades e na falta de outros espaços verdes que se oponham com determinação ao crescimento desenfreado de prédios e mais prédios, não deixo de achar um certo bucolismo e, em certos casos, até uma certa beleza, nas verdejantes filas de alfaces, couves e quejandas.

Bem se pode dizer que vivemos no país da couve!





1 comentário:

Anónimo disse...

O país da couve e ... dos nabos!