A terceira razão está associada à necessidade de ter tempo para pensar nas prendas que tínhamos que comprar para oferecer. Sim, porque é preciso ter disponibilidade mental e de tempo, para escolher aquilo que se vai dar a cada pessoa, tendo em conta, sobretudo, as características, os gostos e os hábitos de cada um, o que na generalidade dos casos, se torna numa missão ingrata e quase sempre impossível.
Também impossível é o cumprimento do orçamento previamente estabelecido. Não me lembro de, alguma vez, ter conseguido gastar apenas o que tinha programado. À semelhança das obras públicas em Portugal, os desvios orçamentais relativos ao previsto são sempre enormes, só que, neste caso, existe um rosto a quem se deve atribuir a culpa desse incumprimento e esse responsável sou eu, pelo que vou ter que arcar com esse prejuízo.
O que é facto é que nesta questão das compras, todos os anos se jura que no ano seguinte a coisa vai mudar, que vai haver mais racionalidade e que, por isso, se vai gastar muito menos dinheiro. A verdade é que todos admitem que esta onda consumista que nos envolve não pode continuar.
Fala-se da crise económica do país e das famílias mas parece que, afinal, todos conseguem sobreviver a ela.
Mas crise é crise e atinge toda a gente, pelo que, nesta fase de rescaldo das compras do Natal de 2005, já me estou a mentalizar que para o Natal de 2006 o que verdadeiramente vai contar é o estarmos todos juntos e em família. Quanto a lembranças … só simbólicas.
Aliás o professor Marcelo Rebelo de Sousa (de quem se pode dizer que não será tão afectado pela crise como à maioria da população) já começou a praticar essa racionalização e constitui um belíssimo exemplo do que acabo de referir. Segundo ele divulgou, neste Natal estabeleceu um limite máximo de 25 euros por prenda, à excepção das destinadas aos netos e à namorada.
Da mesma forma pensou Rafael Mora, o patrão da Heidrick & Struggles (a empresa de caça talentos) que considerou que as prendas que foram dadas ao seu filho Rafinha, de 18 meses, eram em número tão exagerado que decidiu oferecer esses brinquedos a crianças hospitalizadas na Maternidade Alfredo da Costa.
Dois bons exemplos que nos fazem reflectir.
Amanhã falaremos sobre a quarta razão.
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