segunda-feira, julho 02, 2007

Galardão internacional premeia escola que vai encerrar


Há situações que ultrapassam tudo o que é permitido pensar e chega mesmo a ser difícil acreditar que, de facto, elas aconteçam.
Mas, como dizem os espanhóis “Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay”.
Então não é que a escola EB 23 de Pias, em Monção, acabou de receber um “prémio internacional de excelência educativa”, atribuído pelo “Conselho Iberoamericano em Honra da Qualidade Educativa”, uma distinção atribuída pela primeira vez a uma escola pública nacional, e esta mesma escola - por decisão da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), aquela mesma Direcção que suspendeu de funções o Professor Fernando Charrua - vai encerrar?
É por estas e por outras que se sabe que muitas instituições não funcionam mesmo, ou porque estão demasiadamente presas a interesses políticos, ou porque a submissão a pessoas incompetentes é demasiada.
Não sei o que levou a DREN a encerrar a EB 23 de Pias, mas o que sei é que esse estabelecimento foi distinguido pelo mérito do seu ensino, prémio que, provavelmente, não irá receber porque, nessa altura, a escola já estará fechada.
Quando tanto se fala da primazia do saber e da competência, parece querer demonstrar-se exactamente o contrário. O prémio para uma escola que sabe motivar os seus alunos e demonstra uma qualidade de ensino superior, a ponto de ser premiada internacionalmente, o prémio, dizia, é o seu próprio encerramento.
Não dá para perceber!

7 comentários:

Anónimo disse...

De facto é dificil entender e aceitar estas coisas... E ninguém faz nada? Ninguém vai averiguar o que se passa e apurar responsabilidades? Isto começa a ser um lugar demasiado comum neste país!

Anónimo disse...

Antes de tirar conclusões indignadas, importava perceber quais os critérios utilizados para a atribuição do prémio e quais os critérios para o encerramento da escola.
Por absurdo imaginem que a escola tinha só um aluno e que o critério para o prémio tinha sido o número de professores por aluno e o critério para o fecho era o número reduzido de alunos. Tudo fazia sentido e perfeitamente justificável.

Não sei o que se passou e com esta informação não se pode tirar nenhuma conclusão séria.

Anónimo disse...

Caro Azul de facto estamos num país de idiotas com poder, não querendo insultar!
Mas sempre lhe relembro duas frases feitas que lhe permitirão pensar antes a atroar:

"Se parece é !"

"Não existem coincidências !"

Aproveito para deixar aqui alguma informação que pode ajuda-lo a si e a restantes interessados.

Firma argumenta


Fonte: Lusa
Pais promovem manifestação contra encerramento da EB 2,3 de Pias
Os pais dos alunos da EB 2,3 de Pias, Monção, promovem quinta-feira uma manifestação pública de protesto contra o anunciado encerramento daquele estabelecimento de ensino, já no final do presente ano lectivo.

Segundo Paulo Costa, da comissão instaladora da Associação de Pais, "não há justificação" para o fecho daquela escola e a transferência dos alunos para a sede do concelho, a mais de 20 quilómetros de distância.

Além da manifestação de protesto, marcada para as 17:00 às portas da escola, os pais estão a mobilizar um abaixo-assinado, que já recolheu cerca de 300 assinaturas, para enviar às entidades responsáveis na tentativa de as demover dessa decisão.

A decisão de encerramento foi comunicada pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) ao Conselho Executivo da EB 2,3 de Pias através de um ofício datado de 12 de Abril.

No ofício, assinado pelo director regional adjunto, António Leite, a DREN justifica o encerramento com "a necessidade de desenvolver o serviço público de educação à comunidade de Monção, tornando-o mais sequencial, integrado e complementar, e de contribuir para a melhoria e diversificação da oferta educativa, combatendo o abandono e o insucesso escolares".

A DREN sustenta ainda a sua decisão na "proximidade" daquela escola com as que passarão a acolher os seus alunos, nomeadamente a EB 2,3 e a Secundária de Monção.

A ideia passa por transformar a EB 2,3 de Pias em escola básica integrada e jardim-de-infância, mas Paulo Costa garante que os alunos ficarão a 20 quilómetros ou mais das escolas de acolhimento e que, por questões de transporte, serão obrigados a sair de casa muito cedo e a regressar muito tarde.

A Câmara de Monção, de maioria PS, também já se insurgiu contra esta decisão "unilateral, autista e autoritária" da DREN, sustentada no que considera "preocupações demasiado economicistas" e "em total desrespeito" pela carta educativa municipal, aprovada pelo Conselho Municipal de Educação, Câmara Municipal e Assembleia Municipal.

Contra o encerramento da EB 2,3 de Pias manifestou- se igualmente o Sindicato dos Professores do Norte (SPN), acusando a DREN de "prepotência e autoritarismo".

"Não há nada que justifique o encerramento daquela escola, desde logo porque tem mais de 200 alunos nos 2º e 3º ciclos e um corpo docente estável, pois 90 por cento dos professores estão integrados no respectivo quadro", referiu à Lusa Conceição Nande, dirigente daquele a sindicato.

Agência LUSA
2007-05-15

Anónimo disse...

Provérbios há para todos os gostos.
Por exemplo:
"Nem sempre o que parece é"
"As aparências iludem"

Aqui há umas semanas foi noticiado como escândalo que as maternidades que iam fechar era onde morriam menos recém-nascidos.
Depois veio a conclusão óbvia: morriam menos porque nasciam muito menos e por esse mesmo motivo iam fechar.

Não quer dizer que o mesmo se passa com esta escola. O que digo é que pegar só em parte da informação e tirar conclusões leva muitas vezes a tirar conclusões erradas.

Anónimo disse...

A notícia da Lusa, que o Vexata referiu é, em si mesma, elucidativa e só uma pessoa predispostamente desconfiada, como parece ser o caso do Azul, pode estar de pé atrás perante a possibilidade de haver ainda informações que façam com que as nossas conclusões (em conjunto com as das populações de Pias e de Monção) possam estar erradas.

E se é verdade que toda aquela gente, apesar de ser muita, pode estar completamente errada quanto às conclusões que tirou sobre o encerramento da tal escola, também é verdade que a DREN tem tido uma série de atitudes "unilaterais, autistas e autoritárias" que nos levam a reflectir sobre a bondade das suas decisões.

Quanto ao prémio e aos seus critérios de atribuição, uma vez mais lhe digo, azul, que continua a permitir que a sua desconfiança sistemática lhe tolha a possibilidade de acreditar que a entidade que decidiu atribuir este prémio é isenta e competente.

E, para terminar, sempre lhe digo que a entidade promotora, patrocinada por várias organizações não governamentais, já premiou em anos anteriores escolas superiores de enfermagem em Portugal, assim como o Colégio Luso Francês do Porto.

Ainda assim, poderá subsistir alguma reserva ... quem sabe!

Anónimo disse...

Nem todas as pessoas que tiram conclusões indignadas são pessoas desinformadas.
(Obrigada ao Vexata por ter transcrito a noticia da Lusa que eu já tinha lido para poder tirar conclusões indignadas)

Anónimo disse...

Primeiro:
texto do post:
"uma distinção atribuída pela primeira vez a uma escola pública nacional"
comentário aindaassim:
"a entidade promotora (...) já premiou em anos anteriores escolas superiores de enfermagem em Portugal"

Visto não existirem escolas privadas de enfermagem em Portugal, julgo eu, entendam-se sobre o prémio.

Segundo:
O meu comentário foi apenas sobre o post, cujo autor escreveu "Não sei o que levou a DREN a encerrar a EB 23 de Pias".
Eu disse que valia a pena investigar antes de produzir comentários. Como salientei, não sei o motivo invocado para encerramento da escola, tal como o autor do post não sabe (ou não sabia).
Tudo o resto é barulho vosso: que quem tem o poder é estúpido como tal todas as decisões são estúpidas, etc (já agora, isto mostra desconfiança da parte de quem?)