Quando a senhora secretária de estado adjunta da saúde (na foto) proferiu a afirmação
“Felizmente vivemos em Democracia e num país onde cada um pode dizer o que quer ... nos locais apropriados ..., não tenhamos vergonha em dizer isso!
Eu sou secretária de estado adjunta da saúde e não posso dizer mal do Governo aqui. Aqui. Mas se estiver em minha casa ...”
fiquei muito preocupado e comecei a pensar se esta não seria uma boa altura para fazermos uma reflexão sobre o estado da nossa democracia, uma vez que ela parece querer resvalar para campos que julgávamos já terem sido banidos há muito.
Mesmo sem conhecer em detalhe o contexto em que esta declaração foi feita, é incontestável que começam a aparecer sinais evidentes de que se pretende cercear o direito de opinião, a não ser, como diz a senhora secretária de estado adjunta, que o façamos dentro dos nossos lares e, quiçá, na intimidade das nossas casas de banho e, mesmo assim, num tom de voz sussurrado para ninguém ouvir.
E mesmo que protegidos pelas paredes do lar, e manifestando as nossas divergências em voz quase imperceptível, será bom que essas discordâncias e essas opiniões não sejam ouvidas por terceiros - ainda que nossos amigos - porque, “esses tais amigos”, podem estar já engajados a uma vaga que parece ter começado a despontar de novo – a os bufos.
Será bom, por isso, que tenhamos sempre presente que é mais prudente exercermos a nossa liberdade de expressão – um dos baluartes da democracia – não em qualquer lugar, não em diálogo franco e aberto com apoiantes ou detractores de determinadas ideias ou políticas, não porque somos livres, não porque a nossa Constituição nos garante essa liberdade, mas porque cada um pode dizer o que quer ... (apenas) nos locais apropriados.
Só que nem sempre sabemos onde ficam esses locais ...
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