Para quem não saiba, Chaby Pinheiro foi um dos maiores actores de teatro, de revista e até do cinema mudo em Portugal. Nasceu em Lisboa em 1873 e faleceu no Algueirão em 1933.
Chaby foi actor de teatro dramático e de revista, bem como um "dizeur" de poesia admirável. Representou ao lado dos grandes artistas do seu tempo tendo-se estreado em 1896, como actor profissional, ao lado de Rosa Damasceno, Eduardo Brazão, Adelina Abranches, Palmira Bastos, Ângela Pinto, e, ainda, Aura Abranches, com quem teve uma companhia nos anos 20.
Igualmente se tornou bastante conhecido no Brasil onde efectuou várias "tournées", algumas em parceria com a também grande Cremilde de Oliveira.
Foi professor do Conservatório Nacional e participou nalguns dos primeiros filmes mudos, entre os quais uma anterior versão de "O Leão da Estrela".
Apesar deste impressionável currículo, alguns críticos tentaram menosprezar o seu trabalho, classificando-o como um actor de um teatro ligeiro, muito embora Chaby Pinheiro tivesse também interpretado peças que os teatrólogos ortodoxos classificam como mais respeitáveis, como por exemplo as de autoria de Henrik Ibsen e de Émile Zola. Esteve ligado ao Teatro Nacional D. Maria II, onde obteve imenso sucesso e aposentou-se em 1931.
De Chaby Pinheiro, homem corpulento e de imenso abdómen, de tão imenso que o seu ângulo de visão terminava exactamente no limite desse avantajado ventre, conta-se uma história deliciosa que se passou num dos urinóis de Lisboa, então muito em voga.
Chaby terá, entrado nesse urinol para se aliviar das suas necessidades, quando um gaiato que estava mesmo ao seu lado, se começou a rir e a provocar o grande actor pela aparente pequenez do seu pénis. Rindo, mas temendo a reacção daquele homem tão volumoso, fugiu para o exterior do urinol sem, contudo, deixar de rir.
Tendo noção do que provocara tão tremenda galhofa, Chaby chamou o rapaz e puxando da carteira, tirou umas moedas que entregou ao garoto dizendo-lhe:
“Toma estas moedas. São para te pagar o teres conseguido ver uma coisa que há muito eu não consigo pôr a vista em cima ...”.
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