segunda-feira, maio 12, 2008

O melhor do mundo

Embora seja, de facto, “o melhor do mundo”, não vou falar hoje sobre o glorioso Sport, Lisboa e Benfica. Por motivos óbvios.

O tema da presente crónica tem a ver com a notícia absolutamente incrível de que o TGV vai destruir parte das vinhas da casta Syrah, da Casa Ermelinda Freitas, de Fernando Pó, Palmela. Aquela mesma vinha que produziu o fantástico Syrah 2005 que foi recentemente considerado, em prova cega, o melhor tinto entre mais de três mil vinhos concorrentes de todo o mundo.

Não questionando, de novo, a necessidade de virmos a ter um comboio de alta velocidade, ficaremos hoje apenas pela perplexidade em admitir que a construção de um pedaço de via obrigue a arrasar parte de uma vinha, cuja casta é a responsável por sermos o país que produz o melhor vinho tinto do mundo. Um bocado de vinha, nada menos que 18 hectares, que vai ser sacrificada em nome da “modernização” do país.

Segundo parece essa travessia do TGV será feita em viaduto mas, de qualquer forma, terão que ser construídos pilares para esse viaduto, o que acabará por destruir a vinha. E será bom lembrar que são precisos sete anos para criar uma vinha de boa produção.

A pergunta é a de sempre: Será que vale tudo em nome do progresso?

1 comentário:

Anónimo disse...

O progresso vale certamente alguns sacrifícios, vamos ver é se os sacrificados não serão os de sempre ! Quanto à vinha está hoje como nunca esteve, bem tratada, bonita, e produtiva.

Quanto ao vinho, Fernando Pó já há muito que dá boas pingas, desde os anos 70 (ainda não bebia!) que se ia de Pinhal Novo ao dito apeadeiro, só para trazer 5 litros em cada "asa".

Claro que éramos acompanhados sempre por um pequeno lanche, que por sua vez era acompanhado no local pela "pinga à descrição". Claro está também que enquanto a automotora ia e vinha de Vendas Novas, dava tempo prós borrachos ficarem com as asas derreadas.

E diziam, bela pinga !

Eu dizia, belas azeitonas(as do farnel), mas na época certa, os pequenos e abundantes bagos retirados do tegão tingiam-nos de "bordeaux" (cor - não confundir com região prospera, e que vai pondo as barbas de molho em face dos nectares do "além tejo")!