sexta-feira, dezembro 11, 2009

Uma coisa é uma coisa e uma outra coisa é uma outra coisa


Já devem ter lido ou ouvido a história. Ao que a imprensa divulgou, dois polícias franceses - que não estavam de serviço nesse momento (isto é importante) - assaltaram uma lojeca e roubaram uns quantos telemóveis e mais umas coisitas que estavam ali mesmo à mão de semear. Só por isso o zunzum foi enorme.


Achei a notícia curiosa porque se costuma elogiar quem depois de uma jornada longa e dura de trabalho ainda tem disposição e talento para bulir mais umas horas num segundo emprego. Acontece, por exemplo, com os engenheiros que também são professores, com os fiscais das autarquias que fazem uns biscates como canalizadores, com os carteiros que são taxistas ou com os bancários que têm umas “escritas”. Diz-se deles que são uns tipos muito trabalhadores.


Mas a dupla função de polícias/ladrões não combina lá muito bem. Não só não se reconhece a determinação e o esforço de quem tenta fazer pela vida, como – injustiça das injustiças – acham que os pobres coitados só pelo facto de serem polícias não podem ser também ladrões. Nem sequer se atenta ao facto de que os personagens só vestem a pele de ladrões apenas e só porque estão de folga como polícias.


É que, meus amigos, uma coisa é uma coisa e uma outra coisa é uma outra coisa.


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