terça-feira, fevereiro 02, 2010

As apressadas opiniões das Agências de Rating

Acho que ainda vou a tempo de escrever mais uma coisinha sobre o Orçamento para 2010. Ou melhor, sobre as apressadas opiniões sobre o OE divulgadas pelas agências de rating que foram tão lestas em manifestar-se.


Pouquíssimas horas depois de Teixeira dos Santos ter entregue o cartãozinho electrónico com o OE na Assembleia da República, já os diligentes elementos dessas agências estavam a dar o seu abalizado parecer sobre o mesmo. Sem sequer terem tido a preocupação de considerar o estabelecido no PEC (o Programa de Estabilidade e Crescimento) que o Governo vai entregar em breve em Bruxelas e onde vão ser indicadas as medidas a adoptar para equilibrar as contas públicas portuguesas e, consequentemente, a forma como se pretende baixar o deficit até 2013.

Competente esta gente!


Apesar dessa competência, todos nos lembramos de assistir ao imenso falhanço das suas previsões quando atribuíram notações altas a economias de certos países que, pouco depois, se desmoronaram como castelos de cartas. Apesar disso, continuam a ser tidos em conta pelos investidores e são as suas opiniões que prevalecem e fazem tremer os Estados.


Com o seu apressado juízo sobre o OE acabado de apresentar, sem considerarem as medidas que vão ser propostas no PEC, o que o mais elementar bom senso recomendaria, algumas dessas agências que “não esperaram para ver” começaram desde logo a dificultar as já difíceis condições do nosso país no acesso ao crédito e ao preço que terá que pagar quando o conseguir. É que advertências extemporâneas deste género podem causar danos irreparáveis à nossa economia.





1 comentário:

provocador disse...

Analisar o OE sem olhar para o PEC é o mesmo que interpretar um Relatórios e Contas e não ligar peva aos anexos.

Penso eu de que …