quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Solução: Arrasar com tudo


Desculpem-me se, durante o texto, forem descobrindo aqui e ali troca de letras ou falta delas. É que trago as mãos completamente enregeladas depois de ter estado mais de uma hora na rua a discutir “o estado da Nação” com um amigo. A “luta” foi tal, face a pontos de vista tão diferentes, que acabei por me esquecer que estava um frio dos diabos e que numa das mãos trazia meia dúzia de sacos de supermercado.


E a discussão prolongou-se porque este meu amigo não consegue ver uma única coisa boa que se faça em Portugal. A justiça está mal, a saúde está mal, a educação está mal, a economia está mal, enfim, tudo está péssimo. E não há quem lhe arranque uma pista, uma solução para melhorar as coisas, de uma vez ou por fases. Estava a falar com ele e parecia que tinha diante de mim o Dr. Medina Carreira, a quem ninguém consegue ouvir um projecto de solução para o que quer que seja. Como ele diria, “Está tudo mal, o que era preciso é que todos os políticos se fossem embora e houvesse seriedade, que começasse tudo de novo”. Como e de que forma? Pois, isso é o que ele não adianta.


Não tenho esta postura. Olho a vida e a sociedade em que me insiro tentando analisar as coisas com os dados que tenho disponíveis e procuro ter uma opinião isenta. Claro que muitas coisas estarão bem, outras nem tanto e outras completamente mal. E, para melhorar (porque há sempre a possibilidade disso) tento desenhar soluções. Afinal, aquilo que, na minha perspectiva, julgo ser possível fazer, eu que sou um mero “treinador de bancada” e não estou no meio da confusão, onde todas as corporações se digladiam, tentam sacar o máximo para os seus apaniguados e estão-se nas tintas para aquilo que é o bem comum, isto é, para o País.


Por isso é difícil ouvir ou discutir matérias em que a solução é nenhuma. Para alguns, nunca existem medidas a tomar e raramente se encontra alguém minimamente competente e sério que possa delinear e dar continuidade a políticas sérias, sustentáveis e capazes de vir a beneficiar os cidadãos. Estamos, no seu entender, a braços com a maior corja de incompetentes e ladrões de toda a história e, se virmos bem as coisas, desde o tempo de D. Afonso Henriques.


Esse é o espírito de Medina Carreira no programa dos sábados da SIC-Notícias, “Plano Inclinado”, mas não de outros intervenientes no mesmo programa, caso dos Professores Nuno Crato, João Duque e outros que vão intervalando as críticas com aspectos positivos de determinadas políticas e a sugestão de alternativas para eventuais melhoramentos.


Arrasar com tudo não é nem nunca foi a minha atitude. E era exactamente isso que eu estava a tentar explicar ao meu amigo, apesar da meia dúzia de sacos que tinha na mão pesarem quilos e o fim de tarde ser muito frio e chuvoso.

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