terça-feira, junho 21, 2011

O voto obrigatório



Agora que um novo governo vai assumir funções e que não há eleições à vista (espera-se) é tempo de reflectir sobre se o voto deve ser, ou não, obrigatório. E, como sabem, há por aí quem defenda que deve ser. Se calhar está mesmo na hora das pessoas (do povo) dizerem o que querem de facto para o seu país, de assumirem a responsabilidade da escolha dos seus representantes em vez de andarem permanentemente a dizer mal dos políticos e das medidas que eles tomam. Seria interessante iniciar o debate em torno do voto obrigatório.

Mas há um porém. Em consciência, e face aos consecutivos resultados eleitorais conhecidos, poderemos acreditar que os eleitores exercem o seu direito de forma consciente? Inúmeras reportagens apresentadas nos meios de comunicação parecem inferir que não. Muitos das pessoas desconhecem quem concorre, que partidos representam e que programas propõem. Apesar disso votam. Porque os candidatos são simpáticos? Porque falam bem e dizem as coisas que nós queremos ouvir? Porque votando neste, apenas estão a afastar o outro? Como explicar que aqueles que são economicamente mais desfavorecidos, depois de ouvidos os debates e de terem participado em comícios, votem em partidos da direita liberal, a mesma direita que nos atirou para o atoleiro em que nos encontramos? Por fezada, por convicção, por ideologia ou por inconsciência?


Gostaria que se promovesse o tal debate. Mais, gostaria que o voto fosse obrigatório com sanções previstas para quem não o exercesse. E gostaria muito que cada eleitor fosse sujeito a um processo de certificação. Como se faz nas empresas. É o mínimo que se exige. Só certificado, o eleitor poderia votar. Pelo menos para que perante certas cenas a que assistimos não continuássemos a perguntar: “O quê, mas este tipo também vota?”


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