terça-feira, novembro 05, 2013

Chefe da troika reformou-se ... e voltou a ser contratado



Nada tenho contra as pessoas que se reformam por opção (e dentro das condições legais previstas) e que continuam a querer trabalhar. Na maioria dos casos acham-se com capacidades para tal e, por que não, conseguem juntar a sua pensão de reforma a um novo vencimento.

Aliás, eu tive um colega que se aposentou (os amigos fizeram-lhe até um jantar de despedida) e logo no primeiro dia de reforma apresentou-se ao serviço, na mesma empresa, no mesmo local de trabalho, para fazer exactamente o que fazia há anos. Isto porque a sua entidade patronal o contratou por achar que ele era, não digo insubstituível (porque não há disso) mas fundamental para a continuidade de um trabalho de qualidade. E ele era, de facto, um excelente profissional. E assim continuou durante uns dois anos ou mais.

No entanto, parece-me que temos que olhar com outros olhos para a situação de Jurgen Kroger, que foi representante da Comissão Europeia na troika até Julho passado, que se reformou mas foi imediatamente contratado como consultor. E porquê? Porque o ex-troika, agora "conselheiro especial" da Comissão Europeia, reformou-se, aos 61 anos e foi imediatamente contratado pela mesma instituição a que pertencia para defender, entre outras coisas, a subida da idade da reforma, nomeadamente em Portugal.

E o que eu repudio neste caso é que Jurgen Kroger, que acumulará o novo vencimento com a generosa reforma a que tem direito, vai continuar a defender que a idade da reforma no nosso país deve passar para os 67 anos, enquanto ele, funcionário público europeu, se reformou aos 61. Uma coisa que nos faz recordar aquela história dos Gato Fedorento "queres que a idade da reforma seja aos 67? SIM! Mas só vais reformar-te nessa altura? NÃOooooooooooooo!".

"Bem prega frei Tomás, faz o que ele diz e não o que ele faz.."


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