Os antigos urinóis públicos de Lisboa (século XIX e até à década de 50/60 do século passado), que as novas gerações talvez conheçam apenas através de fotografias, fazem parte da História da cidade. Ao que parece havia-os com desenhos diversos mas, os que ainda havia no meu tempo de menino, eram os que tinham uma forma arredondada todos feitos em chapa.
E como estavam espalhados por toda a cidade, eram, de facto, de grande utilidade pública. Eram, ao fim e ao cabo, como “monumentos” perfeitamente localizados onde os homens acorriam para aliviar as suas necessidades fisiológicas. E, que me lembre, só eram construídos urinóis para os homens. Sinal dos tempos!
Mas se é verdade que tais urinóis faziam muito jeito, também é verdade que a falta da higiene era enorme e o cheiro nauseabundo que deles exalava fazia-se sentir a muitos metros de distância.
Ao que parece, no entanto, nem sempre tais sítios serviam apenas para os fins inicialmente previstos. Segundo um tal Manuel Alcobia, artista mais ou menos desconhecido de fados e guitarradas, exilado algures por essa Europa, os urinóis escondiam outros interesses, como nos dizia um verso de um dos seus fados:
E os urinóis do Rossio,
E como estavam espalhados por toda a cidade, eram, de facto, de grande utilidade pública. Eram, ao fim e ao cabo, como “monumentos” perfeitamente localizados onde os homens acorriam para aliviar as suas necessidades fisiológicas. E, que me lembre, só eram construídos urinóis para os homens. Sinal dos tempos!
Mas se é verdade que tais urinóis faziam muito jeito, também é verdade que a falta da higiene era enorme e o cheiro nauseabundo que deles exalava fazia-se sentir a muitos metros de distância.
Ao que parece, no entanto, nem sempre tais sítios serviam apenas para os fins inicialmente previstos. Segundo um tal Manuel Alcobia, artista mais ou menos desconhecido de fados e guitarradas, exilado algures por essa Europa, os urinóis escondiam outros interesses, como nos dizia um verso de um dos seus fados:
E os urinóis do Rossio,
Ponto de encontro, de engate,
Que em busca de algum biscate,
Malucas e proxenetas
Trocavam suas facetas!...
Foram-se esses tempos e desapareceram os urinóis com aquela traça característica. A vida mudou, Lisboa encheu-se de cafés e de centros comerciais, novos espaços que homens e mulheres aproveitam agora para utilizar sempre que estão “mais apertados”. Mas nem sempre é possível recorrer a eles ou porque estão distantes ou porque as casas de banho nem sempre estão disponíveis aos que vêm de fora.
Mas, como diz o ditado, quem não tem cão caça com gato”. Daí que, por diversas vezes, já tenha observado alguns taxistas que fazem fila junto à porta lateral do El Corte Inglês, saltarem de repente dos seus carros e vá de atravessar a rua direitinhos a uns arbustos que estão mesmo ali em frente.
Independentemente da idade, é vê-los correr, subir a pequena colina e meterem-se entre os arbustos. Momentos depois, regressam já com uma cara mais descongestionada. Já não correm, o ar dos arbustos devolveu-lhes a tranquilidade que uma bexiga a rebentar já não lhes permitia.
Mudam-se os tempos, mudam-se os estilos e as formas mas, neste caso manteve-se o cheiro nauseabundo que deles (arbustos) exala, e que se sente (cheira) a muitos metros de distância.
Em pleno século XXI esta é uma situação que não podemos tolerar. Por nós cidadãos e pelos milhares de turistas que nos visitam.
Tanto mais que já existem alternativas modernas, higiénicas e com design agradável. Do que é que a autarquia da capital está à espera?
2 comentários:
Posso perguntar o que é que fazias ali parado de máquina em punho?
porcos no espaço, a única coisa que posso dizer é que prezo muito o ambiente e, como tal, sempre que posso tiro fotografias a árvores e arbustos. Foi o caso.
Enviar um comentário