Quando na noite de ontem, no arranque da gala das sete novas maravilhas do mundo, ouvi os cerca de 40 mil espectadores presentes no Estádio da Luz, dirigirem uma monumental vaia de assobios ao primeiro-ministro José Sócrates, confesso que fiquei um tanto ou quanto desorientado.
Na altura, e ainda agora, estou por perceber se todos aqueles apupos foram dirigidos à pessoa do próprio primeiro ministro, se a alguns dos seus ministros que têm alardeado as mais descabidas e inconcebíveis balelas e inabilidades (mas pelos quais Sócrates é o responsável máximo), ou se pelas acções que o governo tem vindo a assumir – e não pretendo avaliar a bondade dessas medidas - e que, muitas delas, são bastante impopulares a muitas das comunidades.
De qualquer forma, ouviu-se uma valente assobiadela, a lembrar aquela outra que, há uns anos, tinha sido dirigida a Durão Barroso, então também líder do governo.
O facto de ambas as vaias terem acontecido na mais bela das “catedrais” – ela própria digna de figurar nas sete maravilhas do mundo agora escolhidas – não passará de pura coincidência.
Na minha opinião, as hipóteses que acima avancei estão, no seu conjunto, obviamente, também na origem de outras manifestações anti-governamentais ocorridas nos últimos tempos.
É verdade que mexer em áreas e em actividades que antes nunca houvera coragem para alterar ou, fazer frente a interesses instalados e poderosos, é mais do que suficiente para que muita gente procure dificultar a acção de um primeiro-ministro, seja ele quem for.
Mas também é verdade que, possivelmente, pela azáfama que a presidência da União Europeia acarreta, se nota que a comunicação deixou de estar concentrada unicamente no seu responsável e começou a ser frequente ouvirem-se ministros a dizer o que lhes dá na gana, nem sempre da melhor forma e muitas vezes de uma maneira arrogante e sobranceira, chegando ao ponto de serem mal educados, o que, convenhamos, representa uma menos-valia para o executivo.
Desde o famoso discurso do deserto de Mário Lino, às afirmações recentes (e preocupantes) da secretária de estado a explicar como e em que circunstâncias os cidadãos podem exprimir o seu desagrado pelas políticas e dizer mal do seu governo.
Desde as demissões, intromissões e trapalhadas ocorridas em vários sítios do país, sempre com a cobertura das respectivas tutelas, até á resposta deselegante e perfeitamente desajustada do ministro da agricultura e das pescas, ou melhor, da pessoa que, neste semestre, representa 27 ministros da agricultura e das pescas, que não conseguiu responder melhor a um pescador descontente (e se calhar com toda a razão) senão com um “Peça para sair da União”, tudo tem acontecido.
Durante dois anos, Sócrates manteve-os calados e o governo só ganhou com isso. Mas, tanta asneira, pode fazer perigar a posição que o governo tem conseguido manter e que, pese embora as vaias e os protestos que se vão ouvindo cada vez mais, ainda assim, vai mantendo a confiança de muitos portugueses. Nas últimas sondagens Sócrates conseguiu 54,8%, enquanto o governo se situa nos 44,2%.
Mas, se não houver mudança de estratégia, até quando vão aguentar?
Na altura, e ainda agora, estou por perceber se todos aqueles apupos foram dirigidos à pessoa do próprio primeiro ministro, se a alguns dos seus ministros que têm alardeado as mais descabidas e inconcebíveis balelas e inabilidades (mas pelos quais Sócrates é o responsável máximo), ou se pelas acções que o governo tem vindo a assumir – e não pretendo avaliar a bondade dessas medidas - e que, muitas delas, são bastante impopulares a muitas das comunidades.
De qualquer forma, ouviu-se uma valente assobiadela, a lembrar aquela outra que, há uns anos, tinha sido dirigida a Durão Barroso, então também líder do governo.
O facto de ambas as vaias terem acontecido na mais bela das “catedrais” – ela própria digna de figurar nas sete maravilhas do mundo agora escolhidas – não passará de pura coincidência.
Na minha opinião, as hipóteses que acima avancei estão, no seu conjunto, obviamente, também na origem de outras manifestações anti-governamentais ocorridas nos últimos tempos.
É verdade que mexer em áreas e em actividades que antes nunca houvera coragem para alterar ou, fazer frente a interesses instalados e poderosos, é mais do que suficiente para que muita gente procure dificultar a acção de um primeiro-ministro, seja ele quem for.
Mas também é verdade que, possivelmente, pela azáfama que a presidência da União Europeia acarreta, se nota que a comunicação deixou de estar concentrada unicamente no seu responsável e começou a ser frequente ouvirem-se ministros a dizer o que lhes dá na gana, nem sempre da melhor forma e muitas vezes de uma maneira arrogante e sobranceira, chegando ao ponto de serem mal educados, o que, convenhamos, representa uma menos-valia para o executivo.
Desde o famoso discurso do deserto de Mário Lino, às afirmações recentes (e preocupantes) da secretária de estado a explicar como e em que circunstâncias os cidadãos podem exprimir o seu desagrado pelas políticas e dizer mal do seu governo.
Desde as demissões, intromissões e trapalhadas ocorridas em vários sítios do país, sempre com a cobertura das respectivas tutelas, até á resposta deselegante e perfeitamente desajustada do ministro da agricultura e das pescas, ou melhor, da pessoa que, neste semestre, representa 27 ministros da agricultura e das pescas, que não conseguiu responder melhor a um pescador descontente (e se calhar com toda a razão) senão com um “Peça para sair da União”, tudo tem acontecido.
Durante dois anos, Sócrates manteve-os calados e o governo só ganhou com isso. Mas, tanta asneira, pode fazer perigar a posição que o governo tem conseguido manter e que, pese embora as vaias e os protestos que se vão ouvindo cada vez mais, ainda assim, vai mantendo a confiança de muitos portugueses. Nas últimas sondagens Sócrates conseguiu 54,8%, enquanto o governo se situa nos 44,2%.
Mas, se não houver mudança de estratégia, até quando vão aguentar?
1 comentário:
Na inauguração da ponte da Lezíria, Mário Lino estava lá... Mas Sócrates também (apesar da azáfama europeia), e foi ele que falou. É que com o lino por perto, nunca se sabe.
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