Tinha pensado não voltar a escrever sobre o assunto. Quando a matéria é controversa e o debate se torna estéril, a discussão, por não resolver absolutamente nada, torna-se inútil. No entanto, e por outro lado, acho que é importante continuarmos a manifestar as nossas opiniões e convicções quer porque vivemos num estado democrático quer porque isso constitui, também, um acto de cidadania.
Mas o que me trás de novo à liça, é saber que no que respeita à reforma da educação, estou acompanhado por alguns outros cidadãos cujo o pensamento é próximo do meu, nomeadamente José Miguel Júdice, Emídio Rangel e o nosso companheiro de blogue “Suponhamos”.
Estarão neste momento a interrogar-se, mas afinal de que lado é que eu me posiciono, apoio a Ministra ou apoio os professores? No texto que escrevi na passada sexta-feira penso que deixei claro que prezo sobretudo o bom-senso e a capacidade que todos têm que ter para que duas posições antagónicas não caiam num radicalismo tão profundo e tão exacerbado que impossibilite a concretização de uma solução razoável para ambas as partes.
Não conheço por dentro os contornos da reforma da educação. Centremo-nos, pois, em alguns aspectos relativos à avaliação dos professores, que vieram a público e que me deixaram estarrecido.
Por exemplo, na manifestação de ontem, uma jovem professora contratada mostrava-se ofendida pelo facto de já ter quatro anos de docência e achar que não fazia sentido passar a ser avaliada a partir de agora.
Outros professores presentes na manifestação gritavam revoltados que não concordavam em serem avaliados por outros professores a quem eles não reconheciam competência para tal e porque a Ministra não tinha dialogado com eles sobre a forma de avaliação.
Perante reclamações como estas, só posso dizer aos milhares de professores que estão contra a reforma, “Bem-vindos ao mundo real”.
Trabalhei numa actividade privada (que foi mais tarde estatizada e mais tarde ainda privatizada de novo) durante muitos anos. Até certa altura nunca os trabalhadores foram avaliados. De um momento para o outro (já na fase em que éramos novamente um grupo privado) o Conselho de Administração decidiu avaliar todos os trabalhadores e, calculem, não teve a decência de nos consultar e de saber se estávamos ou não de acordo. Decidiu e, a partir desse momento, começámos a ser avaliados. E, pasmem-se os senhores professores, as avaliações tinham época marcada - duas vezes por ano. E assombrem-se ainda mais os meus caros professores, essas avaliações serviram e continuam a servir para diferenciar o valor que os avaliadores (bem ou mal e com todo o subjectivismo que qualquer avaliação contem) atribuem a cada um dos trabalhadores. Sim porque não temos todos o mesmo valor e essas avaliações constituem a base para a atribuição de prémios de desempenho e para uma eventual progressão nas carreiras, em que nem todos chegam ao topo.
É isto que acontece na vida real. Os trabalhadores – todos – são avaliados e progridem aqueles que mostram mais valor e ficam pelo caminho os que não demonstram tanta qualidade.
Compreendo que os professores se mostrem preocupados e revoltados porque a partir de agora nem todos chegam automaticamente até ao topo da carreira. Com este modelo de reforma é introduzido um sistema de quotas para aqueles que sejam classificados de “Muito Bom” ou “Excelente” e, embora tenham direito ao prémio, só alguns poderão ser promovidos. Contudo, pensem no seguinte, esta questão das quotas há muito que é aplicada na actividade privada.
Penso que o governo não se vai deixar intimidar com estas manifestações, por muitos professores que a elas adiram. E se o fizer, para além de poder ter que confrontar-se com sucessivas manifestações, não só de professores como de quaisquer outros profissionais de outras áreas - umas a seguir às outras - pode comprometer definitivamente as reformas que se propôs fazer e de que o país há tantos anos necessita.
Como diz Miguel Sousa Tavares na sua crónica publicada no Expresso de ontem “A queda da Ministra teria o efeito de um toque a finados por qualquer futura tentativa de reformar o Estado e mudar o país”.
Mas o que me trás de novo à liça, é saber que no que respeita à reforma da educação, estou acompanhado por alguns outros cidadãos cujo o pensamento é próximo do meu, nomeadamente José Miguel Júdice, Emídio Rangel e o nosso companheiro de blogue “Suponhamos”.
Estarão neste momento a interrogar-se, mas afinal de que lado é que eu me posiciono, apoio a Ministra ou apoio os professores? No texto que escrevi na passada sexta-feira penso que deixei claro que prezo sobretudo o bom-senso e a capacidade que todos têm que ter para que duas posições antagónicas não caiam num radicalismo tão profundo e tão exacerbado que impossibilite a concretização de uma solução razoável para ambas as partes.
Não conheço por dentro os contornos da reforma da educação. Centremo-nos, pois, em alguns aspectos relativos à avaliação dos professores, que vieram a público e que me deixaram estarrecido.
Por exemplo, na manifestação de ontem, uma jovem professora contratada mostrava-se ofendida pelo facto de já ter quatro anos de docência e achar que não fazia sentido passar a ser avaliada a partir de agora.
Outros professores presentes na manifestação gritavam revoltados que não concordavam em serem avaliados por outros professores a quem eles não reconheciam competência para tal e porque a Ministra não tinha dialogado com eles sobre a forma de avaliação.
Perante reclamações como estas, só posso dizer aos milhares de professores que estão contra a reforma, “Bem-vindos ao mundo real”.
Trabalhei numa actividade privada (que foi mais tarde estatizada e mais tarde ainda privatizada de novo) durante muitos anos. Até certa altura nunca os trabalhadores foram avaliados. De um momento para o outro (já na fase em que éramos novamente um grupo privado) o Conselho de Administração decidiu avaliar todos os trabalhadores e, calculem, não teve a decência de nos consultar e de saber se estávamos ou não de acordo. Decidiu e, a partir desse momento, começámos a ser avaliados. E, pasmem-se os senhores professores, as avaliações tinham época marcada - duas vezes por ano. E assombrem-se ainda mais os meus caros professores, essas avaliações serviram e continuam a servir para diferenciar o valor que os avaliadores (bem ou mal e com todo o subjectivismo que qualquer avaliação contem) atribuem a cada um dos trabalhadores. Sim porque não temos todos o mesmo valor e essas avaliações constituem a base para a atribuição de prémios de desempenho e para uma eventual progressão nas carreiras, em que nem todos chegam ao topo.
É isto que acontece na vida real. Os trabalhadores – todos – são avaliados e progridem aqueles que mostram mais valor e ficam pelo caminho os que não demonstram tanta qualidade.
Compreendo que os professores se mostrem preocupados e revoltados porque a partir de agora nem todos chegam automaticamente até ao topo da carreira. Com este modelo de reforma é introduzido um sistema de quotas para aqueles que sejam classificados de “Muito Bom” ou “Excelente” e, embora tenham direito ao prémio, só alguns poderão ser promovidos. Contudo, pensem no seguinte, esta questão das quotas há muito que é aplicada na actividade privada.
Penso que o governo não se vai deixar intimidar com estas manifestações, por muitos professores que a elas adiram. E se o fizer, para além de poder ter que confrontar-se com sucessivas manifestações, não só de professores como de quaisquer outros profissionais de outras áreas - umas a seguir às outras - pode comprometer definitivamente as reformas que se propôs fazer e de que o país há tantos anos necessita.
Como diz Miguel Sousa Tavares na sua crónica publicada no Expresso de ontem “A queda da Ministra teria o efeito de um toque a finados por qualquer futura tentativa de reformar o Estado e mudar o país”.
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