sexta-feira, março 14, 2008

Os Computadores do Futuro


A Fundação Portuguesa das Comunicações, para além de outros motivos de interesse que justificam a nossa atenção e a nossa visita, tem promovido desde há algum tempo, sob o título “Falar Global”, uma série de debates sobre diversos assuntos.

O de ontem, quinta-feira 13, teve como convidado especial o Professor Doutor António Câmara, Cientista, Investigador, Professor Universitário, Director-Geral da Ydreams e vencedor do Prémio Pessoa 2006, que dissertou sobre o tema “os computadores do futuro”.

Na sua forma clara e directa, o Professor António Câmara falou para uma enorme plateia sobre as virtualidades e as transformações que as novas tecnologias poderão assumir e sobre a interacção que os computadores do futuro poderão vir a ter com os utilizadores.

Segundo ele, tudo poderá passar por objectos e formas hoje existentes no nosso quotidiano – paredes, espelhos, mesas, etc. – em que o comum dos mortais pode explorar o que mais lhe interessa apenas com um simples aceno de mão ou um gesto, sem que tenha que recorrer a coisas tão banais, desinteressantes e desactualizadas como ratos, teclados e monitores.

Um futuro que se desenha e que assume actualmente múltiplos aspectos que ultrapassaram a imaginação mais fértil e que estão já a ser aplicados na prática em Portugal e em vários pontos do mundo.

Mas todo o avanço já conseguido e as novidades que nos reserva o futuro da computação, não deixa de nos colocar questões para as quais ainda não temos resposta, como sejam:

Apesar de todo o avanço tecnológico que se afigura imparável, será que tudo isso nos vai trazer mais felicidade? Ou posto por outras palavras, mesmo com a vida muito facilitada pelas novas eras da computação, essa vantagem vai ser suficiente para sermos mais felizes?

E quanto à inteligência e criatividade, será que as futuras gerações de computadores vão ser capazes de substituir todas aquelas capacidades que, tradicionalmente, são inerentes à natureza humana.

Um debate/conferência que foi muito interessante e em que, como sempre, o Professor António Câmara foi brilhante.

Mas todas estas incertezas levam-me a recordar uma conhecida frase de Charles Chaplin que dizia mais ou menos isto:

“O nosso cérebro é o melhor brinquedo que já foi criado. Nele se encontram todos os segredos, inclusive o da felicidade”.

4 comentários:

Anónimo disse...

Como perceberam, a frase

“E quanto à inteligência e criatividade, será que as futuras gerações de computadores vão ser capazes de substituir todas aquelas capacidades que, tradicionalmente, são inerentes à natureza humana”

é interrogativa e, por isso, teria que ter levado um ponto de interrogação.
As minhas desculpas.

Anónimo disse...

Demascarenhas, Sexta-feira, Março 14, 2008, "Os Computadores do Futuro"
linha 6: "(...)o Professor Doutor António Câmara(...)"
linha 10: "(...) o Professor António Câmara(...)"
linha 36: "(...) o Professor António Câmara(...)"

nota: não há uma única referência a António Câmara sem o respectivo título de "Professor"


Demascarenhas, Quinta-feira, Junho 29, 2006, “Doutores da mula russa”
"Claro está que, tanto quanto conheço, este fenómeno (que é um péssimo sintoma e nos mostra como a sociedade está doente), o do tratamento pelo título, está demasiado enraizado cá no burgo, mas eu sei que o mesmo se passa em muitos países subdesenvolvidos, nomeadamente na América Latina."

Anónimo disse...

Olha o Azul! Há quanto tempo...

Anónimo disse...

Meu Caro “Anónimo” (o primeiro)

Foi com satisfação que percebi que o meu amigo é um dos indefectíveis deste espaço. Agradeço-lhe por isso e espero poder continuar a contar com a sua presença.

Quanto ao caso que me aponta, admito que possa ter razão. Alguma, pelo menos.

Analisando a questão de uma forma simplista, é verdade que o tratamento banalizado e pomposo dos doutores e engenheiros desta vida, poderá constituir um dos sintomas da tal sociedade doente a que me referi em Junho de 2006. Mas faço notar que, se bem me recordo, eu pretendia, então, apontar o dedo sobretudo aos que levavam tal parvoíce ao exagero, a ponto de se tratarem entre si, no dia-a-dia, pelo grau académico. Desse ponto de vista, devo dizer-lhe que continuo a abominar esse tipo de pessoas.

Porém, existem outras vertentes que temos igualmente a obrigação de considerar. A primeira tem a ver com a forma de tratamento que devemos ter, por educação e gentileza, quando nos referimos a terceiros. Se estamos a falar com alguém e mencionamos uma outra pessoa, o tratamento pelo grau académico não é de todo descabido.

Penso, igualmente, que em certos casos, justificados sobretudo pelo cargo ou pelos saberes amplamente demonstrados das tais pessoas terceiras, o tratamento pelo grau académico também é razoável. Como foi o caso.

Embora continue a considerar que o uso e abuso deste tipo de tratamento é possidónio, sobretudo no quotidiano e entre pares, acho que no caso presente o António Câmara, aliás, o Professor António Câmara, merece essa distinção.

Ah, e a conferência foi muito interessante!