quarta-feira, outubro 06, 2010

Na cozinha, com avental



Terminou no passado fim-de-semana a 4ª edição do Lisboa Week Restaurantes. Uma oportunidade interessante para se conhecerem (ou revisitarem) restaurantes que não são muito acessíveis à maioria das bolsas dos portugueses. Aliás, o conceito subjacente a este evento baseia-se exactamente na democratização do acesso à restauração de qualidade. Para além de se poderem usufruir novos ambientes e receitas gastronómicas, existe ainda uma componente de responsabilidade social. Ou seja, uma parcela do custo da refeição é entregue a instituições públicas. Desta vez cada pessoa pagava 20,00 euros (19,00 para o restaurante e 1,00 para as tais instituições).

Genericamente os restaurantes aderentes à iniciativa apresentam a chamada “cozinha de autor”, donde, o que mais sobressai é a criatividade da ementa - “magret de pato”, “lombinhos de porco sous-vide” ou “demi-cuit com mini legumes à grega, “dip” de gengibre”, por exemplo – quase sempre em doses extremamente diminutas mas ... em pratos enormes. Os nomes são pomposos e a apresentação dos pratos irrepreensível.

Para além da comida, e uma vez que os restaurantes são de uma gama média/alta (alguns bastante alta), tudo é de grande qualidade. Tudo menos o serviço que, muitas vezes, é bastante deficiente, nada a condizer com os pergaminhos do estabelecimento. Claro que, como em tudo, há experiências boas e experiências más. Já apanhámos de umas e de outras.

Mas os meus Amigos que me acompanham há muito, sabem bem das minhas reticências quanto à cozinha de autor. “Os olhos também comem” é apenas meia verdade. Há mais coisas para além do exotismo e da arte da apresentação da iguaria. Há a simplicidade, o sabor e a quantidade necessária que satisfaça o nosso palato e o nosso estômago.

É por isso que eu, sem renegar o conhecimento continuado de novas experiências gastronómicas, continuo a privilegiar a cozinha simples do tipo Mediterrânica. E mais, continuo a confeccionar (sempre de avental posto) – modestíssimo aprendiz de tais artes – o dito trivial. E vejam se as fotografias não são sugestivas. Tudo feitinho por “moi-même”. Para que vejam …





























1 comentário:

provocador disse...

Sim senhor, os pratos têm bom aspecto.

Vendes para fora?