Durante as férias natalícias fiz anos. É uma data que teimo em celebrar e da qual, garanto-vos, não pretendo desistir tão cedo. Que querem, manias de gente que insiste em gostar de aniversariar e de receber os cumprimentos (e abraços) dos amigos. E não me venham com a velha história de que isso é coisa de crianças por que, de facto, não é. Algo muda, naturalmente, com o passar dos anos, sobretudo pela ausência das pessoas que já partiram, mas os afectos continuam. E eu dou muito valor a isso.
Mas, hoje, sou eu que vos trago uma prenda. A propósito de aniversários, eis um belo poema de José Régio, “Quando eu nasci”
Quando eu nasci,
ficou tudo como estava,
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.
Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.
As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...
P'ra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe.
1 comentário:
Lindo, este poema de José Régio !
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