A história que hoje vos trago passou um pouco despercebida na imprensa, o que não é de admirar. Normalmente dá-se o devido destaque a quem consegue ludibriar a lei, a quem não cumpre com as suas obrigações, aos “chico espertos” da vida que, pela sagacidade que demonstram, são elevados à categoria de heróis. Desta vez, e um pouco estranhamente, noticia-se a história de um homem vertical, com valores, e que – espantem-se - só quer cumprir com aquilo que considera justo.
Conto em duas linhas:
Conto em duas linhas:
“ era uma vez uma jovem que viajava num comboio, cujo título de transporte se comprava no próprio comboio. Porém, era dia de greve dos revisores e, por isso, o bilhete não pôde ser adquirido. Resultado, a jovem viajou de borla.
Quem não ficou satisfeito com isto foi o pai da rapariga que achou que tendo a CP prestado um serviço era credora do respectivo pagamento. Tanto mais que não pretendia contribuir para agravar a situação deficitária da companhia. A justeza da sua reivindicação levou-o a contactar a CP e perante a recusa da empresa em cobrar o bilhete porque os agentes (os revisores) estavam de greve naquele dia, o homem – o otário, o ingénuo, dirão alguns deste país de espertos – ameaça avançar para os tribunais. É que, segundo ele, o seu a seu dono”.
Tempos estranhos estes em que vivemos, em que a fuga às responsabilidades, a “habilidade” e o oportunismo campeiam. Bem diferentes daqueles em que o decoro e a honradez constituíam valores absolutos e inquestionáveis.
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