quinta-feira, abril 14, 2011

E o burro sou eu?

Não pude deixar de me lembrar da “histórica” pergunta de Scolari quando li na imprensa que o juiz que preside ao julgamento do caso BPN é inflexível no cumprimento das pausas quer para almoço quer durante as manhãs e as tardes.

Independentemente das horas a que comecem as sessões e dos atrasos verificados, o tempo para o almoço é sagrado e é para se cumprir à hora certa, à uma em ponto, e os intervalos a meio da manhã e da tarde são obrigatórios. Porquê? Por que as matérias são cansativas e há que aliviar a tensão bebendo uns cafezinhos e fumando uns cigarros.

Pois é, durante anos a fio, trabalhei intensamente, a maioria das vezes entrando cedo e saindo muito tarde e, para mim, a paragem para “almoço” era um simples compasso de espera de uns quantos minutos em que comia qualquer coisa enquanto pensava como dar andamento aos assuntos que tinha em mãos. Stress e ansiedade? Claro que tinha e também problemas para resolver que, por vezes, não eram nada fáceis. Mas, para além de alguns cafés (às vezes demasiados) não me dava ao luxo de fazer pausas institucionais e prolongadas.

Daí que, face à divergência entre os ritmos de trabalho, tenha ocorrido questionar-me: “Ah, então, durante todos estes anos o burro fui eu?”


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