quarta-feira, julho 01, 2009

Onde está a verdade?







Ainda na semana passada respondi a um comentário feito a uma crónica aqui publicada, onde eu afirmava que a questão da verdade que cada um reclama para si é muito difícil de avaliar. Como saber qual das diferentes verdades em presença é, de facto, “a mais verdadeira”?



Com frequência deparamos com pessoas e instituições – perfeitamente credíveis e respeitadas - que se arrogam como defensores de determinados princípios e posições, em defesa das suas verdades.

Vejam o exemplo do recente “manifesto dos 28”. Vinte e oito conhecidos economistas, alguns dos quais ex-ministros das finanças e da economia, manifestaram-se a favor da suspensão de alguns grandes projectos financiados pelo Estado, preocupados que estão com o endividamento excessivo e com as pesadas consequências que daí resultarão para as próximas gerações. A sua verdade, sem dúvida.



Dias depois, eis que surgiu um outro manifesto, o “manifesto dos 51”. Cinquenta e uma personalidades, distintos economistas, engenheiros, sociólogos e professores universitários defendem que o combate ao desemprego passa obrigatoriamente pelo investimento público, nomeadamente o direccionado para os tão polémicos “novo aeroporto de Lisboa”, “TGV” e a denominada “3ª. auto-estrada Lisboa-Porto”. A sua verdade, incontestavelmente.



Por isso é que digo que é muito difícil saber-se qual é a verdade. A VERDADE, a coisa certa, feita com sinceridade e boa-fé.



Só que, provavelmente, não haverá apenas uma verdade. E é aí que entramos numa zona ainda mais difícil de julgar mas onde, e à cabeça, aparecem conceitos tão simples (e tão complicados ao mesmo tempo) como o compromisso e o bom senso.



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