É muito frequente ouvir-se, sobretudo em certas repartições públicas, aquela estafada frase “só não se engana quem não trabalha”, que é o mesmo que dizer ao parolo que chamou a atenção para uma coisa mal feita “se tu trabalhasses, logo vias, se calhar eras mais compreensivo ...”.
O que me leva a admitir que o rigor nem é assim uma coisa tão importante como isso, já que existe uma desculpa oficial, institucionalizada, para a existência dos erros e, por inerência, de quem os cometeu.
Seguindo esta mesma lógica, se eu mandasse neste país, imporia uma política laboral que só deixasse trabalhar pessoas com profissões mais ou menos braçais, quando muito administrativos ou quejandos, cujos erros que, eventualmente, viessem a cometer não trouxessem grande mal ao mundo. Pelo contrário, nunca deixaria que trabalhassem médicos, controladores aéreos e motoristas de transportes públicos, porque nunca se sabe até onde poderia ir a gravidade dos seus erros.
Relativamente aos GNR era um caso para pensar. Se em relação aos agentes poderia pensar na possibilidade de que alguns desses agentes pudessem vir a disparar uns tiros que viessem a ferir ou a matar alguém, aí certamente que não os deixaria trabalhar. Já com os seus responsáveis, ao nível do comando, provavelmente não veria qualquer inconveniente em que eles trabalhassem porque, qualquer erro, falha, omissão, ou resultado de incompetência, não constituíria um desastre de monta.
Aliás, ainda recentemente, a GNR enganou-se a comprar umas quantas armas e só quando elas chegaram ao país, é que se aperceberam que os lança-granadas não podiam ser montados nas lanchas da Brigada Fiscal, onde era suposto serem instaladas. Mas, desse engano, morreu alguém? Resultaram quaisquer prejuízos pessoais? Não, ninguém se magoou ... a não ser os bolsos dos contribuintes portugueses (nós) que, ao fim e ao cabo, já estamos habituados a que desbaratem o nosso dinheiro.
Pois o que aconteceu é que a GNR gastou em 2004 cerca de meio milhão de euros na compra de 12 lança-granadas para equipar as lanchas rápidas da Brigada Fiscal, mas nunca chegaram a ser montadas porque – calculem – a estrutura das lanchas não permite a sua colocação. Trata-se, como se vê, de um pequeno pormenor, nada que nos preocupe em demasia. Mesmo assim, não posso deixar de perguntar “e ninguém viu isso antes?”, “e ninguém é reponsabilizado?”.
Assim como assim, como o dinheiro já estava gasto e os canhões já estavam em Portugal mas não podiam ser instalados, o que havia a fazer era guardá-los para não se estragarem. Afinal, o erário público tinha desembolsado meio milhão de euros.
Mas o que eu achei verdadeiramente escandaloso neste caso, e que segue a mesma linha de pensamento do “só não se engana quem não trabalha”, foi a declaração pública do porta-voz da GNR que, embora sabendo que as armas estão guardadas há dois anos sem qualquer utilidade, mesmo assim, teve o desplante de dizer o seguinte: “uma aquisição deste género é sempre útil”. “Para quê?”, pergunto eu.
Ah!, convém dizer que duas dessas armas foram usadas no Iraque mas “agora estão de reserva”. Na mesma situação de reserva, presumo eu, em que está uma ambulância blindada, adquirida também há dois anos por 62 mil contos e que nunca chegou a ser usada.
Que se danem os 62 mil contos. O que é preciso ver é que “uma aquisição deste género é sempre útil”.
E não há que pedir contas a quem cometeu estes pequenos enganos? Ou este crime já prescreveu?
O que me leva a admitir que o rigor nem é assim uma coisa tão importante como isso, já que existe uma desculpa oficial, institucionalizada, para a existência dos erros e, por inerência, de quem os cometeu.
Seguindo esta mesma lógica, se eu mandasse neste país, imporia uma política laboral que só deixasse trabalhar pessoas com profissões mais ou menos braçais, quando muito administrativos ou quejandos, cujos erros que, eventualmente, viessem a cometer não trouxessem grande mal ao mundo. Pelo contrário, nunca deixaria que trabalhassem médicos, controladores aéreos e motoristas de transportes públicos, porque nunca se sabe até onde poderia ir a gravidade dos seus erros.
Relativamente aos GNR era um caso para pensar. Se em relação aos agentes poderia pensar na possibilidade de que alguns desses agentes pudessem vir a disparar uns tiros que viessem a ferir ou a matar alguém, aí certamente que não os deixaria trabalhar. Já com os seus responsáveis, ao nível do comando, provavelmente não veria qualquer inconveniente em que eles trabalhassem porque, qualquer erro, falha, omissão, ou resultado de incompetência, não constituíria um desastre de monta.
Aliás, ainda recentemente, a GNR enganou-se a comprar umas quantas armas e só quando elas chegaram ao país, é que se aperceberam que os lança-granadas não podiam ser montados nas lanchas da Brigada Fiscal, onde era suposto serem instaladas. Mas, desse engano, morreu alguém? Resultaram quaisquer prejuízos pessoais? Não, ninguém se magoou ... a não ser os bolsos dos contribuintes portugueses (nós) que, ao fim e ao cabo, já estamos habituados a que desbaratem o nosso dinheiro.
Pois o que aconteceu é que a GNR gastou em 2004 cerca de meio milhão de euros na compra de 12 lança-granadas para equipar as lanchas rápidas da Brigada Fiscal, mas nunca chegaram a ser montadas porque – calculem – a estrutura das lanchas não permite a sua colocação. Trata-se, como se vê, de um pequeno pormenor, nada que nos preocupe em demasia. Mesmo assim, não posso deixar de perguntar “e ninguém viu isso antes?”, “e ninguém é reponsabilizado?”.
Assim como assim, como o dinheiro já estava gasto e os canhões já estavam em Portugal mas não podiam ser instalados, o que havia a fazer era guardá-los para não se estragarem. Afinal, o erário público tinha desembolsado meio milhão de euros.
Mas o que eu achei verdadeiramente escandaloso neste caso, e que segue a mesma linha de pensamento do “só não se engana quem não trabalha”, foi a declaração pública do porta-voz da GNR que, embora sabendo que as armas estão guardadas há dois anos sem qualquer utilidade, mesmo assim, teve o desplante de dizer o seguinte: “uma aquisição deste género é sempre útil”. “Para quê?”, pergunto eu.
Ah!, convém dizer que duas dessas armas foram usadas no Iraque mas “agora estão de reserva”. Na mesma situação de reserva, presumo eu, em que está uma ambulância blindada, adquirida também há dois anos por 62 mil contos e que nunca chegou a ser usada.
Que se danem os 62 mil contos. O que é preciso ver é que “uma aquisição deste género é sempre útil”.
E não há que pedir contas a quem cometeu estes pequenos enganos? Ou este crime já prescreveu?
1 comentário:
Oh demascarenhas, razão tinhas tu em não quereres deixar trabalhar os
médicos. É que há certos erros que têm uns resultados do caraças. O DN
de ontem trazia uma notícia que até arrepiava. Por um diagnóstico de cancro, que afinal não tinha, um homem teve que se submeter a uma cirurgia para retirar a próstata. E, para salvar a vida, que afinal não estava em perigo, acabou por ficar com problemas que vão da impotência à incontinência.
Chiça!
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