segunda-feira, abril 09, 2007

Futebois


Normalmente, os comandantes dos aviões têm, apenas, duas ou três intervenções durante os voos, quase sempre para transmitir saudações aos passageiros, para fornecer dados relativos ao tempo, à altitude, às horas prováveis de chegada, enfim, indicações de natureza geral que, aliás, na maioria das vezes, não se conseguem entender na íntegra, devido a deficiente instalação do som ou à imperfeita colocação da voz.

Desta vez, porém, a voz do comandante do avião que nos trazia de regresso a Lisboa, era clara e foi com evidente boa disposição que informou os senhores passageiros que no jogo de qualificação para o Euro 2008, realizado nessa noite, Portugal jogara e batera a Bélgica pelo expressivo resultado de quatro a zero.
Nesta informação, não tinha falhado a instalação sonora, a voz do comandante era perfeitamente perceptível e, sobretudo, Portugal tinha ganho. Ainda que por efeito do futebol, senti um certo orgulho por ser português.

Uns dias depois, e para a mesma competição, a selecção portuguesa de futebol empatou na Sérvia por um a um, o que não sendo um resultado por aí além, não compromete as naturais aspirações de classificação para a fase final do torneio.



Estas duas jornadas de futebol, fizeram-me lembrar um folheto diário publicado no hotel onde estávamos instalados, que dava conta das diversas actividades programadas para cada dia, quer para crianças quer para os adultos. Nele eram, também, incluídas instruções e notícias de interesse diverso e publicavam, ainda, uma rubrica denominada Arte & Cultura, onde pretendiam enriquecer a cultura geral dos seus hóspedes, com um “cheirinho” de uma determinada actividade, que todos os dias era diferente.

Num dos dias falaram sobre o futebol. E, sabendo embora, que existe um número considerável de histórias diferentes sobre quem inventou o futebol e em que data, achei curiosa a forma como o folheto nos apresentou a sua versão sobre o desporto colectivo mais praticado em todo o mundo.


Dizia-se, então, nesse artigo:

“o futebol moderno é uma criação atribuída aos ingleses. Muitos afirmam que os romanos introduziram o “harpastum” na região, mas isso não foi confirmado historicamente. No século doze depois de Cristo, jovens britânicos já praticavam um jogo semelhante. Cidades vizinhas disputavam uma batalha campal. O desporto já se chamava futebol e fazia muitas vítimas. Ainda não havia limites, nem de tempo, nem de jogadores. Toda uma cidade chutava uma bola contra outra cidade, empurrando-a até à meta com socos e pontapés. Essas partidas tinham a duração de vários dias e muitos jogadores morriam nessa “batalha”. Alguns reis reprovavam esse desporto por ser muito violento. Eduardo III pô-lo na lista dos desportos estúpidos e inúteis. Henrique IV e Henrique VI assinaram éditos contra o futebol.
Em Florença jogava-se o futebol com o nome de cálcio. Maquiavel jogava-o. No Vaticano, alguns Papas também jogavam o cálcio. A Igreja Católica não proibiu de forma alguma o futebol. O cálcio sempre foi muito defendido pelos padres”.



Enfim, não sei se esta versão acrescentou alguma coisa à cultura geral de quem leu o texto. Considero que se trata de uma nova perspectiva que, admito, poderá não ter grande credibilidade, mas que, de qualquer forma, não deixa de ser curiosa, mesmo que não passe de pura fantasia.


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