Li há dias numa sondagem do Eurobarómetro que os dinamarqueses são considerados o povo mais feliz do mundo. E porquê? Porque apesar de pagarem impostos elevadíssimos (a maioria dos trabalhadores contribui com 50% a 60% do rendimento bruto), eles confiam na gestão dos seus governantes e na correcta distribuição da riqueza e vêem as autoridades do seu país como entidades competentes, acessíveis e incorruptas. Ao mesmo tempo, não perdoam falhas a quem os dirige. Conhecem bem os seus direitos e deveres de cidadania e, quando algo corre mal nos serviços do Estado, são implacáveis a reclamar, a corrigir e a prevenir repetições.
Têm um sentido de civismo e de cidadania extremamente desenvolvidos e, como em outros povos, os dinamarqueses cultivam a responsabilidade firme e construtiva.
Por tudo isso, os dinamarqueses são considerados o povo mais feliz do mundo.
Mas, como no melhor pano cai a nódoa, aconteceu que um dinamarquês, porventura o único cidadão que não é completamente feliz no seu país, insatisfeito com uma decisão do árbitro que dirigia o jogo de futebol entre a Dinamarca e a Suécia, no passado sábado, a contar para o apuramento para o Campeonato Europeu da modalidade, não esteve pelos ajustes, desceu ao relvado e vá de esmurrar o pobre do árbitro – o alemão Herbert Fandel - no pescoço.
Uma cena bem violenta, nada de acordo com o tão propalado civismo atribuído aos dinamarqueses, e que mais parecia uma das muitas imagens a que temos assistido em jogos de futebol disputados na América do Sul.
É legítimo, pois, pensar que:
Até mesmo as pessoas que tradicionalmente têm comportamentos correctos, também podem ter os seus dias maus;
O futebol gera, de forma indiscriminada, tensões de tal forma intensas e incontroláveis, que atravessam gerações, raças, graus académicos, extractos sociais, religiões e nacionalidades, chegando mesmo a atingir pessoas que (por fazerem parte do povo mais feliz do mundo) deveriam estar imunes à insanidade mental que um mero encontro de futebol pode, por vezes, provocar.
Mas, como no melhor pano cai a nódoa, aconteceu que um dinamarquês, porventura o único cidadão que não é completamente feliz no seu país, insatisfeito com uma decisão do árbitro que dirigia o jogo de futebol entre a Dinamarca e a Suécia, no passado sábado, a contar para o apuramento para o Campeonato Europeu da modalidade, não esteve pelos ajustes, desceu ao relvado e vá de esmurrar o pobre do árbitro – o alemão Herbert Fandel - no pescoço.
Uma cena bem violenta, nada de acordo com o tão propalado civismo atribuído aos dinamarqueses, e que mais parecia uma das muitas imagens a que temos assistido em jogos de futebol disputados na América do Sul.
É legítimo, pois, pensar que:
Até mesmo as pessoas que tradicionalmente têm comportamentos correctos, também podem ter os seus dias maus;
O futebol gera, de forma indiscriminada, tensões de tal forma intensas e incontroláveis, que atravessam gerações, raças, graus académicos, extractos sociais, religiões e nacionalidades, chegando mesmo a atingir pessoas que (por fazerem parte do povo mais feliz do mundo) deveriam estar imunes à insanidade mental que um mero encontro de futebol pode, por vezes, provocar.
3 comentários:
Tal como há dinamarqueses menos comportados, também existem (pelo menos há quem diga que sim) portugueses civilizados e educados que nos envergonham e mancham a nossa imagem.
Os tais portugueses civilizados e educados (que os há, com toda a certeza), como pessoas que são, também, por vezes, “se passam dos carretos”.
Mas a grande diferença entre nós e os dinamarqueses é que nós somos um povo deprimido e estamos – em conjunto com a Itália e a Grécia - no extremo oposto da tal tabela, a dos mais infelizes.
Depressão e infelicidade que não nos desculpa os excessos e as acções que envergonham e mancham a nossa imagem.
Logo por aqui se vê como os nórdicos são pacíficos: o tipo deu-lhe um murro... no pescoço?!
No pescoço, meus amigos!? Que grande menina! Nem sequer sabe dar um valente murro nos queixos, à homem. Só podia ser dinamarquês - Passa tanto tempo a ser civilizado, que quando é para partir para a ignorância nem sabe como se faz.
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