domingo, novembro 09, 2008

Descaramento




Tive alguma dificuldade em escolher o tema para hoje, tantos foram os assuntos que deram que falar nestes últimos dias.

No entanto, e sem prejuízo de que ainda possa vir a escrever sobre alguns deles, acabei por optar por um episódio que demonstra inequivocamente o ridículo, o descaramento e a insensatez de que são protagonistas algumas figuras públicas do nosso país. Neste caso, refiro-me concretamente a Fátima Felgueiras.



Já se disse quase tudo sobre este enredo que dura há dez anos. Agora, finalmente, acabou o julgamento e a autarca foi condenada a três anos e três meses de prisão, embora com pena suspensa por igual tempo.

Considero que os crimes que deram origem à dita condenação acabaram por ser menores, digamos assim, mas foram estes, e só estes, que o tribunal considerou estarem provados, embora eu desconfie, e comigo muitos portugueses certamente, que haveria matéria muito mais “quente” para condená-la.

Mas a situação que eu achei perfeitamente surrealista foi a saída triunfante de Fátima Felgueiras do tribunal. Era vê-la contentíssima como se nada se tivesse passado, gritando vitória, apregoando que se tinha feito finalmente justiça, que afinal ela sempre dissera a verdade e que não tinha sido condenada mas sim libertada.

O jornalista Fernando Madrinha, escrevia a este propósito no Expresso do passado sábado: “... uma autarca descarada e sem escrúpulos, que achincalhou a Justiça e se serviu do voto dos eleitores para “lavar” a sua imagem, sai do tribunal de Felgueiras a rir-se como no dia em que chegou ao aeroporto da Portela, qual vedeta de telenovelas brasileiras”.

Subscrevo, por inteiro, as suas palavras. Na verdade, os cidadãos ficaram defraudados perante a forma como as coisas acabaram e a justiça foi, uma vez mais, enxovalhada. Nem sequer a fuga para o Brasil, teve qualquer consequência, o que nos leva a pensar que, também desta vez, o crime acabou por compensar.

Porém, e apesar do seu riso vitorioso e alvar, é bom lembrar que Fátima Felgueiras, embora com a pena suspensa, foi, de facto e indiscutivelmente condenada.




1 comentário:

Anónimo disse...

Está-me cá a parecer que muita gente anda com má vontade contra a Fatinha.

Mas olhem que ela, à saída do tribunal, disse com todas as letras que, de acordo com a “douta” opinião do senhor doutor juiz, não tinha sido condenada,.

Douta (opinião sábia a do juiz), disse ela.

Sabida (que a sabe toda), digo eu. Ela não só achincalhou e enxovalhou a justiça, como anda a chuchar com o pagode há uma data de tempo.