Não fossem as idiossincrasias (bem, como eu gosto de dizer esta palavra) dos portugueses e até era capaz de acreditar que esta história tinha tudo para dar certo. Mas a nossa cultura e as nossas características bem conhecidas, fazem-me pensar que esta iniciativa não durará muito.
Mas, afinal, do que é que estamos a falar?
Mas, afinal, do que é que estamos a falar?
Pois bem, um restaurante lisboeta recentemente inaugurado, apresenta como novidade a possibilidade dos clientes pagarem as suas refeições de acordo com o seu grau de satisfação. Ou seja, os fregueses podem pagar o preço que acharem mais justo pelo que comeram. O critério é deles. Vou exemplificar: os preços das sopas variam entre os dois euros e cinquenta e os cinco euros, as carnes entre os seis e os doze euros e as sobremesas vão dos dois aos seis euros. É ainda o cliente que decide se deve deixar, ou não, entre dois a quatro euros de gratificação pelo serviço de atendimento.
Os responsáveis da “Cantina da Estrela”, assim se chama o novo espaço, confiam que este novo conceito pode resultar. Aliás, dizem os psicólogos que as pessoas são mais razoáveis quando lhes é dada a responsabilidade de avaliar. Noutros países a coisa funcionou. Noutros … nem tanto.
As características dos portugueses, e se calhar dos povos latinos, não são iguais às dos da Europa Central ou dos Nórdicos. Ao contrário destes, provavelmente não nos comportaríamos lá muito bem se tivéssemos que deixar umas moedinhas em troca de um exemplar de um jornal colocado numa caixa aberta. O mais certo, digo eu, é que desaparecessem os jornais e … o dinheiro. E no tempo em que os bolos-reis traziam uma fava, quantos é que a engoliam para que não fossem “obrigados” a pagar o próximo?
Pode ser que resulte, vamos ver. Mas tenho dúvidas que a maioria das pessoas, perante a escolha de poder pagar entre seis e doze euros, seja de tal forma séria que pague os doze euros. Ou dez … ou oito …
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