quinta-feira, maio 17, 2012

Burro velho não aprende línguas


É frequente ouvirem-se ditados ou provérbios populares que corporizam todas as experiências vivenciadas pelo povo ao longo de séculos e que acabam por “fazer lei”. Costuma-se até dizer, para os justificar, que “O povo é sábio”. Às vezes, digo eu.

Por exemplo, quando se diz que “Burro velho não aprende línguas” a ideia é que a inteligência e a aprendizagem não são possíveis a partir de determinada idade. Porém, as muitas histórias conhecidas mostram à saciedade que nem sempre é assim.

Vejam o caso de um australiano - Allan Stewart - que obteve o mestrado em Ciências Clínicas e Medicina Complementar aos 97 anos de idade mas que, em 2006, quando tinha já uns provectos 91 anos, se formou em Direito.

E o que achei deveras interessante quando lhe perguntaram sobre o que faria a seguir, ele que já possuiu duas outras licenciaturas, ter respondido bem-humorado: “agora vou descansar mas a seguir … veremos”.

Esta vivacidade e esta vontade de viver e de continuar a aprender são bem a prova que nem sempre os ditados são verdadeiros.


1 comentário:

Fernando Gomes disse...

Ora aqui temos mais um tempo “interessante”, e que de facto me apaixona. Na minha humilde opinião, somos todos dotados de um cérebro que nos permite realizar os mais fantásticos raciocínios. Aquilo que de facto acontece, é que o cérebro é um músculo que necessita de ser exercitado, e para que tal aconteça é necessário existir vontade própria. Bem sei que, com o avançar da idade o ser humano vai ficando cada vez mais limitado em muitas das suas funções, quer sejam motoras, quer sejam ao nível psicológico, e até mesmo motivacional. É de conhecimento comum, que todas as pessoas que estão habituadas a exercitar o cérebro, ganham uma elasticidade e rapidez de raciocínio superior a quem não exercita este tão grande e rico músculo. Recordando “Descartes”, todas as pessoas são detentoras da “Razão”, e segundo o Filósofo, não existem pessoas “burras”, o que acontece é que existem pessoas que conduzem melhor a razão do que outras, talvez por a exercitarem melhor. Por muitas limitações físicas que existam ou que possam aparecer, cabe-nos a nós a tarefa de nos mantermos em forma, e isto significa estarmos activos, quer fisicamente, quer psicologicamente. Aquilo que observo, é que algumas pessoas a partir de uma determinada idade tornam-se preguiçosas, talvez devido ao ritmo de vida que têm e à falta de paciência para realizar certas e determinadas tarefas. O nosso cérebro é das “peças” mais importantes que possuímos, podendo nos levar à “Glória” ou à “Destruição”, sendo o que nos distingue dos outros seres vivos. Não sei se “querer é poder”, julgo que não, pois se assim fosse todos nós teríamos a vida que sempre sonhamos, teríamos esquecido aquela paixão, teríamos realizado tantos e tantos sonhos. Sei sim, que “querer” é um motor anímico que nos ajuda a andar para a frente, que nos ajuda a ultrapassar certas e determinadas barreiras, e que nos ajuda a superar a nós próprio. Podemos ficar limitados em muitas funções do nosso corpo, mas jamais poderemos permitir que o nosso cérebro, e a capacidade que com ele temos de desenvolver os mais variados raciocínios desapareça.