segunda-feira, março 25, 2013

No país das petições


Nunca como agora, com a utilização da internet e das redes sociais, as petições tiveram tão ampla divulgação. Por dá cá aquela palha "inventa-se" uma petição a favor disto ou contra aquilo. Há mesmo sítios específicos na net onde se podem criar ou consultar petições.

As (várias) que na última semana fizeram mais ruído foram as petições sobre a contratação do ex-primeiro-ministro José Sócrates pela televisão pública.

Os que não o querem ver nem pintado na televisão do Estado, acusam-no de gestão danosa, dizem que ele é o principal arquitecto do descalabro político/económico (e o verdadeiro ladrão) do país. Já os seus indefectíveis, sustentam que Sócrates foi um dos melhores políticos de Portugal e que ele tem todo o direito de ser comentador político da RTP.

Não sei se será boa ideia pôr os políticos encartados na pele de analistas políticos. Por definição um analista analisa e um político marca a sua agenda e faz propaganda. Genericamente é assim. E isto aplica-se a Sócrates bem como a todos os ex-governantes e ex-líderes partidários que já hoje têm lugar cativo nas televisões como comentadores.

Para mim, esta história das petições cheira-me a folclore. O balanço das governações depende da avaliação de cada um. Há em todas elas pontos fortes e pontos fracos e num estado democrático as contas são acertadas ou em eleições ou na dissolução de um Governo pelo Presidente da República, de acordo com a Constituição. Petições ou quejandas pouco acrescentam. E, porque respeito a liberdade de expressão e de escolha, acho que há sempre lugar para quem queira aparecer, gostemos nós deles ou não. E, depois, há sempre a possibilidade de mudar de canal ou desligar a televisão.
 
 

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