sexta-feira, outubro 12, 2007

Uma outra forma de pontualidade?


Em Março último, escrevi aqui um texto a que chamei “Pontualidades” e em que dizia, genericamente, que os portugueses não são pontuais e que só 35% das reuniões começam à hora marcada.

Porém, e face a uma notícia veiculada pelo Expresso, pensei que alguma coisa pudesse ter entretanto mudado nesta matéria.

A notícia dava conta que:

“No Grupo Jerónimo Martins marca-se uma reunião para as nove e ela começa sempre um quarto de hora antes ... e ai de quem chegue cinco minutos antes das nove pensando que está muito adiantado”.



À primeira vista, parece que a Jerónimo Martins, em termos de pontualidade, constitui uma (boa) excepção à regra. Mas, vendo bem as coisas, que tipo de pontualidade é essa em que as reuniões agendadas para uma determinada hora, começam, de facto, um quarto de hora antes e não à hora designada? Para quê, afinal, marcar uma reunião para as nove, quando o que se pretende é que ela comece às oito e quarenta e cinco? Não seria mais lógico marcá-la mesmo para as oito e quarenta e cinco?

Sempre considerei que ser pontual era chegar à hora marcada, rigorosamente a essa hora e nem um minuto a mais, nem um minuto a menos. A chamada “pontualidade britânica”.

Mas, pelos vistos, nem todos pensam da mesma maneira.

De tal forma que, se o exemplo da Jerónimo Martins pegasse, o que é altamente improvável cá no burgo, seriam pontuais só aqueles que chegassem pelo menos um quarto de hora antes da hora marcada para determinado encontro ou reunião, sendo os restantes, os que aparecessem cinco ou dez minutos antes do compromisso, considerados como relapsos



Se, no entanto, encararmos o assunto por um outro prisma, penso que o exemplo da Jerónimo Martins poderia bem servir de inspiração a muita gente que usa e abusa das desculpas mais esfarrapadas para chegar atrasada aos seus compromissos, demonstrando uma absoluta falta de consideração pelos que comparecerem a horas.

E, no caso do compromisso ser profissional, não será de todo necessário que se chegue quinze minutos antes, basta que se esteja pronto e preparado para começar a trabalhar à hora marcada.

É uma questão de bom senso e de respeito para com os outros.

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